picnic

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                          Pov Lica 

-Oi, eu não queria incomodar vocês, mas a Lica precisa se preparar para a segunda operação.- Nena entrou novamente no quarto, eu tinha acabado de acordar.

-Por que vai precisar de outra?- Samantha perguntou com um semblante preocupada, alterando o olhar entre mim e a Nena.

-Vai ser em um lugar diferente.- Expliquei e ela aliviou um pouco.- Você vai voltar?

-Sempre!- Depositou um beijo em minha testa, bochechas e nariz, corei com aquele gesto.- Vou estar aqui quando você acordar, babygirl.

-A gente ainda vai ter muito o que conversar.- Beijou meus lábios e seguiu até a saída.

-Eu sei. Vou ficar em casa e volto antes de você acordar, certo?- Concordei com a cabeça e ela saiu. Já sentia a sua falta. Não é como se eu tivesse 100% normal com ela, mas eu precisava dela naquele momento. Ela me faz bem e eu preciso ficar bem. Na verdade, tenho que admitir que ainda estou meio magoada com ela.

-Está pronta, filha?- Não percebi quando minha mãe entrou no quarto e apertou minha mão.

-Sim.- Falei da forma mais natural possível para confortar ela.

-Até daqui a pouco, Heloísa.- O médico falou e Nena colocou alguma coisa que eu não faço a mínima ideia do que era em mim. Senti meus olhos pesarem, tudo ficava cada vez mais embaçado.

-Acho que ela está acordando.- Escutei uma voz que não consegui reconhecer de quem era.

-Como você está?- Outra voz que ignorei de novo.

-Eu disse que estaria aqui.- Quando terminei de abrir os olhos me deparei com aquela linda garota me olhando, sorri largo para ela que fez questão de retribuir.

-Eu já sai da cirurgia ou ainda nem entrei?- Cocei minha cabeça confusa, não me lembro direito.

-Já saiu, Lica. Foi um sucesso.- Clara respondeu.- Como você está se sentindo?

-Bem.- Respondi sem tirar os olhos de Samantha.- Quando eu vou para casa?

-Quando você quiser, filha.- Minha mãe passou a mão pelos meus cabelos.

-Você vai dormir em casa?- Perguntei para minha mãe e ela negou.

-Você se importa em dormir sozinha? Eu tenho que resolver umas coisas.- Minha mãe se pronunciou e eu falei que estava tudo bem. Nunca me importei em ficar sozinha, eu até gosto.

-Posso dormir com você?- Samantha me perguntou baixinho, parecia que não queria que ninguém escutasse.

-Eu adoraria.- Sorri e ela retribuiu.

-Vocês estão juntas?- Tina perguntou e eu metralhei ela com o olhar.

-Fica quieta, Tina.- Alterei o olhar entre ela e a minha mãe. Ela entendeu o que eu quis dizer.

-Eu vou indo.- Minha mãe riu fraco.- Você vem comigo, Clara?

-Sim.- Pegou sua bolsa.- Tchau, meninas.

-Tchau!- Todas falamos em uníssono. Minha mãe beijou minha testa e saiu.

-Então, vocês estão juntas?- Tina perguntou de novo.

-Não.- Respondi direta e vi Samantha abaixar o olhar.

-Vocês são confusas.- Riu fraco.- Vou pegar alguma coisa para comer, vocês querem?- Negamos com a cabeça e ela foi.

-Como você está?- Samantha sentou do meu lado na cama e ficou fazendo um carinho em minha bochecha.

-Eu estou bem, sério.

Amor improvávelOnde histórias criam vida. Descubra agora