Carta 2

19 3 0
                                    


Querida Jane.

Tenho que lhe confessar, quando recebi sua carta meu coração deu um salto para fora do peito. Faz uns cinco anos que não tenho notícias suas e acho incrível o fato de você ainda saber me endereço. E sua escrita é muito boa sim, você sempre tirou notas altas em redação, enquanto eu "arrasava" no basquete.

Eu não fico nada surpreso em saber que você é noiva e sim eu ainda vou no nosso café, você está na cidade então? Percebi que pelo endereço está na casa da sua mãe, enfim.

Você nunca foi ciumenta e dependente de mim como falou, eu que dependia do seu ar para viver.

Sobre saudades e nostalgia, eu sempre as tenho, tenho saudades de tudo, dos teus beijos, dos teus abraços, carinhos, de toda atenção que você me dava, de todos os filmes que assistimos comendo doritos, mas principalmente tenho saudades de você. Eu nunca mais namorei Jane. Eu sempre fui seu.

Eu sei que te deixei e nunca falei o porquê, lá vai querida, eu te prendia em um futuro miserável quando você tinha um futuro absurdamente bom, eu te fazia ficar aqui nessa cidadezinha, eu sei que você não teria cursado a faculdade, nós teríamos dois filhos ou três e viveríamos cortando gastos por nunca ter dinheiro suficiente, moraríamos em uma casa pré pronta e andaríamos no meu golzinho velho até hoje. E eu nunca quis nada disso pra você mas nunca pude oferecer melhor.

NUNCA foi falta de amor, sempre foi excesso dele!

Eu parei de falar com você para o seu melhor, eu ainda preciso de você mas prefiro morrer sem você do que sufocar você a morte comigo.

Meu raio de sol, minha luz, meu amor, meu dengo.

Eu sempre vou te amar.

Espero ser convidado para o casamento porquê te ver toda de branco sempre foi meu sonho, em outras perspectivas é claro.

Beijos e abraços, John.

Venha de AzulWhere stories live. Discover now