Romeu empurrou Natália contra o chão. Ela tateou assustada, tentando se levantar. Mas Romeu foi mais rápido, segurando-a pelos cabelos, por trás, pressionando seu rosto contra o chão.
- Você é mesmo uma imbecil em pensar que podia me trair e rir de mim pelas costas.
- Eu não sei do que você está falando. Me larga!
- Ah, não! Então deixa eu trazer o outro personagem dessa história, talvez ele refresque sua memória.
Romeu largou Natália, que foi se recompondo, até ver bem ali, na sua frente, a imagem de Roberto, sendo trazido pelo piloto e seu ajudante, que foram contratados por Romeu, para dar uma surra no rapaz.
Roberto estava com o rosto inchado. Havia levado uma surra daquelas. Seu corpo estava coberto de hematomas. Natália caiu em desespero.
- Por favor, Romeu! Não faça nada com ele. Eu te peço!
Romeu acendeu um cigarro, enquanto observava os lamentos de sua esposa infiel.
- Eu sei que não agi corretamente com você, mas ele não tem culpa nenhuma.
- Ainda tem coragem de pedir pelo amante! Eu não esperava menos de você.
- Se você nos machucar, você vai se dar mal. Como vai explicar o nosso sumiço? Será preso e acabará com sua vida. Pense na sua imagem.
Romeu caiu na gargalhada, sendo observado por Natália, que tentava, desesperadamente, sair daquela situação.
- Estou falando sério! O melhor que você tem a fazer é nos deixar ir. Eu te dou o divórcio e a gente esquece o que aconteceu.
- Claro! Seria bem simples e fácil pra você, minha cara. Mas não pra mim.
Foi ai que Natália percebeu que Romeu já tinha algo em mente.
- O que vai fazer com a gente?
Romeu fez sinal para que os dois homens soltassem Roberto. Natália correu até ele, chorando e abraçando o amante.
- Me perdoa, Roberto. Eu não sabia que isso poderia acontecer. Me perdoa!
- Eu te avisei, Natália. Eu te falei tantas vezes.
- Eu sei, meu amor. Me desculpa!
Romeu se aproximou dos dois, analisando-os, friamente.
- Que coisa mais comovente. O casal de adúlteros. A vagabunda e o aproveitador. Uma bela dupla de salafrários.
- Nos deixa sair daqui, Romeu. Eu te imploro. Será melhor para você.
- Definitivamente você não me conhece, Natália. Nem mesmo depois de todos esses anos.
Romeu sacou um revólver, fazendo Roberto estremecer. Natália sentiu o pavor lhe dominar.
- O que você vai fazer, Romeu? Pensa bem.
- Eu vou te dar exatamente o que todas as vagabundas como você merecem.
- Por favor, Romeu! Eu te imploro. Nos deixe ir embora.
- De joelhos! Os dois!
- Por favor, Romeu!
- Eu disse, de joelhos os dois!
Agora Romeu gritava. Rapidamente Roberto ficou de joelhos. Chorava feito criança. Natália também se ajoelhou, ao lado do amante, segurando sua mão.
- Eu não quero morrer!
Dizia Roberto.
Romeu caminhava em volta deles, analisando-os, com a arma apontada para ambos.
- Quem eu devo mandar primeiro para o inferno? A vagabunda ou o salafrário? Que dúvida!
- Pare com isso, Romeu. - suplicava Natália - Eu te imploro!
- Que dúvida! O que fazer? Ah, já sei.
Romeu levou a mão ao bolso e retirou uma moeda.
- Fazemos assim: Eu vou jogar a moeda. Se der cara, a primeira bala será do seu adorável amante. Se der coroa, então será a sua.
- Por favor!
Natália mal conseguia falar. O choro já a dominava por completo. Certa de que morreria ali, só pensou na família. Jamais imaginara que sua lua de mel, também seria o seu fim. Pensou em sua mãe. Como gostaria de lhe dar um forte e caloroso abraço.
- Eu vou jogar!
Romeu jogou a moeda para o alto, que rodopiou diversas vezes enquanto subia, voltando direto para sua mão. Dera Cara!
- Olha! Vejam só! Deu cara!
Ao ouvir aquilo, Roberto desatou a chorar compulsivamente. Soluçava e implorava para que tudo aquilo terminasse. A humilhação e a pressão psicológica era tanta, que ele acabou fazendo xixi. Romeu se divertia com tudo aquilo.
- Vejam só! Ele se mijou todinho. É mesmo um frouxo. Não serve nem pra morrer.
Distraído com sua diversão, Romeu não se deu conta do ímpeto de adrenalina que deu em Natália, que agarrou a garrafa de champanhe que havia colocado no chão, e partiu para cima dele. Mas antes de acertá-lo, houve um disparo, que acabou acertando em cheio a cabeça de Roberto, fazendo-o cair desfalecido no chão.
- Não!
Gritava Natália desesperada, enquanto tentava golpear Romeu com a garrafa. No primeiro golpe que dera, depois que o disparo havia acontecido, acetou em cheio as mãos do marido, que deixara a arma cair, indo parar dentro da água.
Natália tentava golpear a cabeça de Romeu com a garrafa, enquanto ele se defendia como podia. Os dois ajudantes que foram contratados por Romeu, vieram ao seu encontro, agarrando-a e arrancando a garrafa de sua mão.
- Seu miserável! Eu vou acabar com você! - Gritava Natália.
Romeu se refez, levantando-se e ajeitando a gola de sua camisa. Partiu para cima da mulher, dando-lhe uma bofetada, que a jogou contra o chão. Em seguida, ele subiu sobre ela, enforcando-lhe o pescoço.
- Sua miserável! Eu vou te mandar para o inferno.
Natália tateava, tentando se desvencilhar, até que suas forças foram se perdendo e acabara morrendo asfixiada.
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O ÚLTIMO RAIO DE SOL
Короткий рассказUma história curta, derivada de um conto de minha autoria, onde um casal em lua de mel partem para uma viagem no Caribe. Um cenário de amor e harmonia, a não ser por um pequeno detalhe: o amante da noiva também viajou junto.