Parte 6

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Romeu empurrou Natália contra o chão. Ela tateou assustada, tentando se levantar. Mas Romeu foi mais rápido, segurando-a pelos cabelos, por trás, pressionando seu rosto contra o chão.

- Você é mesmo uma imbecil em pensar que podia me trair e rir de mim pelas costas.

- Eu não sei do que você está falando. Me larga!

- Ah, não! Então deixa eu trazer o outro personagem dessa história, talvez ele refresque sua memória.

Romeu largou Natália, que foi se recompondo, até ver bem ali, na sua frente, a imagem de Roberto, sendo trazido pelo piloto e seu ajudante, que foram contratados por Romeu, para dar uma surra no rapaz.

Roberto estava com o rosto inchado. Havia levado uma surra daquelas. Seu corpo estava coberto de hematomas. Natália caiu em desespero.

- Por favor, Romeu! Não faça nada com ele. Eu te peço!

Romeu acendeu um cigarro, enquanto observava os lamentos de sua esposa infiel.

- Eu sei que não agi corretamente com você, mas ele não tem culpa nenhuma.

- Ainda tem coragem de pedir pelo amante! Eu não esperava menos de você.

- Se você nos machucar, você vai se dar mal. Como vai explicar o nosso sumiço? Será preso e acabará com sua vida. Pense na sua imagem.

Romeu caiu na gargalhada, sendo observado por Natália, que tentava, desesperadamente, sair daquela situação.

- Estou falando sério! O melhor que você tem a fazer é nos deixar ir. Eu te dou o divórcio e a gente esquece o que aconteceu.

- Claro! Seria bem simples e fácil pra você, minha cara. Mas não pra mim.

Foi ai que Natália percebeu que Romeu já tinha algo em mente.

- O que vai fazer com a gente?

Romeu fez sinal para que os dois homens soltassem Roberto. Natália correu até ele, chorando e abraçando o amante.

- Me perdoa, Roberto. Eu não sabia que isso poderia acontecer. Me perdoa!

- Eu te avisei, Natália. Eu te falei tantas vezes.

- Eu sei, meu amor. Me desculpa!

Romeu se aproximou dos dois, analisando-os, friamente.

- Que coisa mais comovente. O casal de adúlteros. A vagabunda e o aproveitador. Uma bela dupla de salafrários.

- Nos deixa sair daqui, Romeu. Eu te imploro. Será melhor para você.

- Definitivamente você não me conhece, Natália. Nem mesmo depois de todos esses anos.

Romeu sacou um revólver, fazendo Roberto estremecer. Natália sentiu o pavor lhe dominar.

- O que você vai fazer, Romeu? Pensa bem.

- Eu vou te dar exatamente o que todas as vagabundas como você merecem.

- Por favor, Romeu! Eu te imploro. Nos deixe ir embora.

- De joelhos! Os dois!

- Por favor, Romeu!

- Eu disse, de joelhos os dois!

Agora Romeu gritava. Rapidamente Roberto ficou de joelhos. Chorava feito criança. Natália também se ajoelhou, ao lado do amante, segurando sua mão.

- Eu não quero morrer!

Dizia Roberto.

Romeu caminhava em volta deles, analisando-os, com a arma apontada para ambos.

- Quem eu devo mandar primeiro para o inferno? A vagabunda ou o salafrário? Que dúvida!

- Pare com isso, Romeu. - suplicava Natália - Eu te imploro!

- Que dúvida! O que fazer? Ah, já sei.

Romeu levou a mão ao bolso e retirou uma moeda.

- Fazemos assim: Eu vou jogar a moeda. Se der cara, a primeira bala será do seu adorável amante. Se der coroa, então será a sua.

- Por favor!

Natália mal conseguia falar. O choro já a dominava por completo. Certa de que morreria ali, só pensou na família. Jamais imaginara que sua lua de mel, também seria o seu fim. Pensou em sua mãe. Como gostaria de lhe dar um forte e caloroso abraço.

- Eu vou jogar!

Romeu jogou a moeda para o alto, que rodopiou diversas vezes enquanto subia, voltando direto para sua mão. Dera Cara!

- Olha! Vejam só! Deu cara!

Ao ouvir aquilo, Roberto desatou a chorar compulsivamente. Soluçava e implorava para que tudo aquilo terminasse. A humilhação e a pressão psicológica era tanta, que ele acabou fazendo xixi. Romeu se divertia com tudo aquilo.

- Vejam só! Ele se mijou todinho. É mesmo um frouxo. Não serve nem pra morrer.

Distraído com sua diversão, Romeu não se deu conta do ímpeto de adrenalina que deu em Natália, que agarrou a garrafa de champanhe que havia colocado no chão, e partiu para cima dele. Mas antes de acertá-lo, houve um disparo, que acabou acertando em cheio a cabeça de Roberto, fazendo-o cair desfalecido no chão.

- Não!

Gritava Natália desesperada, enquanto tentava golpear Romeu com a garrafa. No primeiro golpe que dera, depois que o disparo havia acontecido, acetou em cheio as mãos do marido, que deixara a arma cair, indo parar dentro da água.

Natália tentava golpear a cabeça de Romeu com a garrafa, enquanto ele se defendia como podia. Os dois ajudantes que foram contratados por Romeu, vieram ao seu encontro, agarrando-a e arrancando a garrafa de sua mão.

- Seu miserável! Eu vou acabar com você! - Gritava Natália.

Romeu se refez, levantando-se e ajeitando a gola de sua camisa. Partiu para cima da mulher, dando-lhe uma bofetada, que a jogou contra o chão. Em seguida, ele subiu sobre ela, enforcando-lhe o pescoço.

- Sua miserável! Eu vou te mandar para o inferno.

Natália tateava, tentando se desvencilhar, até que suas forças foram se perdendo e acabara morrendo asfixiada.

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