A nossa história
Em 1946, a Serva de Deus, Madre Maria
Isabel da Santíssima Trindade, no desejo
de acolher o pedido de um grupo de
mães pobres que viviam duma agricultura de subsistência, abriu uma Creche
para acolher, em regime semi-interno, os
filhos destas famílias, a que deu o nome
de "Abrigo Infantil de S. José". Anos
mais tarde, em 1950, o semi-internato
passou a internato destinado a acolher
meninas de famílias pobres e desestruturadas, oriundas dos mais diversos pontos
do país. Em 1959, por solicitação de
Madre Maria Isabel, o Ministério de
Educação aprovou o projecto de uma
escola primária para as internas, mas
aberta, igualmente a outras crianças das localidades vizinhas. Reformas políticas e sociais
do país, forçaram o encerramento do internato sendo este extinto em 1968. Todavia, a escola
primária continuou e é, criada uma nova valência, ou seja um Jardim-de-infância que ocupou os espaços anteriormente destinados ao internato. Em 1975, razões de fidelidade ao
carisma, levaram o Conselho Geral da Congregação das Irmãs Concepcionistas a terminar
com o serviço de hospedagem centrado num dos edifícios adjuntos, preparando-o adequadamente para acolher pessoas idosas de ambos os sexos. Tanto a escola primária como o jardim-de-infância prosseguiam, em espaços próprios, a sua actividade até 1982, ano em que se
deram por extintas. As condições de acolhimento a idosos foram-se ampliando na medida
em que todos os espaços das valências extintas se foram adaptando às exigências desta
modalidade assistencial. Actualmente é uma Fundação de Solidariedade Social, sem fins
lucrativos, denominada Lar de Santa Beatriz da Silva.
e quisermos e abrirmos o coração, vemos que tudo
na vida é imbuído de sonhos, conquistas, sofrimento, lutas.
O nascer, o crescer, o aprender a andar, a vida, o trabalho, o
nosso próprio envelhecimento.
Neste opúsculo quisemos partilhar com o leitor a nossa
experiência de trabalho, de relação, de presença com os
Idosos residentes no Lar Santa Beatriz da Silva, os nossos
sonhos, as nossas conquistas, a nossa aprendizagem, a nossa
vida.
Colocámo-nos, primeiramente, algumas questões a que
tentaremos dar resposta ao longo do texto e das imagens.
Será o serviço aos idosos um caminho de realização pessoal?
A dimensão do cuidado é imbuída de profissionalismo e ao
mesmo tempo de carinho?
Mesmo nas falhas dos dia-a-dia encontramos forças para
continuar a cuidar, a olhar nos olhos, a tocar com ternura?
Será o trabalho dos cuidadores valorizado pela sociedade?