Inesperado

Capítulo 1 - Uma nova família

Hinata é uma menina calma, tranquila, muito solitária e linda, sua pele é clara, seus cabelos escuros em um tom de roxo, seus olhos são perolados e carregam uma enorme tristeza, quando a menina tinha apenas seis anos de idade perdeu os pais em um acidente de carro terrível. Sua mãe havia a protegido e ela saiu desse acidente sem um arranhão. Passou então a viver com sua tia Nisa e seu primo Neji e assim, sua vida deixava de ter o conforto que um dia tivera quando vivia junto aos pais, ela vivia em uma casa muito humilde em um bairro de periferia, não recebia mais o carinho que recebia dos pais, sua tia era uma pessoa egoísta que se importava apenas com ela mesma, seu primo Neji era o mais próximo que ela tinha de família, era ele quem a protegia lhe dava carinho e atenção, era seu único amigo.

Hinata estava com pouco mais de dezesseis anos no dia que sua tia a deixou sozinha, indo com Neji, viver em outra cidade.

― Desculpe, mas não posso te levar. Se aqui não há espaço para todos nós, no lugar para onde irei, tem menos ainda. A única coisa que posso fazer é deixar essa casa para você. – A tia se despedia de Hinata sem nenhuma dor no coração por deixar a menina sozinha.

― Mas e o dinheiro que meus pais me deixaram? – Hinata perguntava com a voz baixa.

― Dinheiro? – A tia deu uma risada estridente. – Não existe mais dinheiro. Você precisou comer, se vestir e estudar durante todos esses anos, acha que paguei tudo isso com o que? – A tia de Hinata perguntava e a menina não tinha o que responder. Sabia bem que sua tia havia gastado todo o dinheiro, ainda mais sabendo que seus pais haviam deixado uma boa casa e ela havia vendido anos atrás, mas Hinata preferiu se manter calada, discutir com aquela mulher não seria nada bom, ela estava indo embora e isso já era um alívio, triste mesmo foi ver Neji partindo também.

Hinata viu Nisa e Neji partirem e ela se sentiu ainda mais sozinha ali naquela pequena casa de apenas três cômodos, uma cozinha pequena, uma sala e um banheiro. A casa era pequena, mas era tudo que ela tinha naquele momento, vivia em um lugar precário da cidade, não conhecia ninguém, nem tinha mais família por perto.

O que tinha na geladeira daria para a menina se alimentar até o final da semana, mas e para o restante, como iria se virar? Hinata sentou em uma cadeira no canto da sala e chorou, conforme suas lágrimas escorriam por seu rosto o tempo do lado de fora fechava e uma forte chuva começava a cair, o barulho dos trovões abafavam o soluçar da menina e seus gritos de tristeza. Hinata se deitou em seu colchão e adormeceu em meio as goteiras que haviam no teto da humilde casa.

Na manhã seguinte o sol se fazia presente e sua claridade entrava pela janela da sala acordando a menina que dormia. Hinata se espreguiça e caminha até o pequeno banheiro. Seus olhos estão inchados pelo choro da noite passada, seus cabelos curtos e desgrenhados; a menina se despe e toma um banho lavando seus cabelos cor de berinjela. Se seca e se veste rapidamente, ajeita os cabelos e escova os dentes, não toma café, apenas pega seu material e segue até sua escola.

No caminho, Hinata avista um pequeno cachorrinho parado no meio da rua, um carro vai em direção ao animal, mas antes que pudesse atingi-lo a menina o salva rapidamente.

― Akamaru! – Alguém grita e Hinta olha em direção ao grito.

― E-ele é seu? – A menina pergunta.

― Sim, é meu, estou o treinando ainda, mas ele acabou escapando de mim, obrigado por ter o salvado. – O rapaz respondia segurando o pequeno cachorro.

― De-de nada. – Hinata respondeu corando.

― Me chamo Kiba, acho que estudamos na mesma escola. – Ele disse observando o uniforme da menina. – Mas nunca te vi lá.