O Dia em que parti a cabeça
(Viagem no tempo ao meu 3 ano na Primária)
Lembram-se daquela agradável satisfação de quando estavam na escola primária e ouviam o toque da hora do intervalo que soava como se fosse uma espécie de... "som dos deuses"?
Eu lembro-me, como se fosse ontem. E lá estava eu, com os meus 8 anos acabado de sair da sala, descendo as escadas ruidosas de madeira clara (pois a minha sala era no primeiro andar), muito frenético e elétrico, pronto para brincar os 30 minutos do intervalo até á exaustão, como qualquer outra criança.
O que fazia eu nos intervalos? (Perguntam vocês leitores)
Bem, eu todo o santo intervalo tinha a minha "rotina" ou algo parecido com um programa, dividido em 3 atividades:
1- Jogar futebol com pacotes de iogurte;
2- Brincar á "Apanhada";
3- O meu favorito, brincar ás "Escondidas".(Sim, tive uma infância SIMPLES e FELIZ sem menhum tablet e telemóvel! (coisa que as crianças de hoje em dia desconhecem))
Continuando...
Depois de descer as escadas, fui jogar á bola com os meus amigos. Antes de começarmos o jogo, tínhamos de achar um pacote vazio de preferência com plástico duro e consistente para não se destruir facilmente enquanto jogávamos.
Finalmente tinhamos achado um pacote vazio, fizemos equipas de quatro e começamos a jogar.
Nem durou 3 minutos a minha jogabilidade. Eu, o maior "sortudo" á face deste planeta, logo ao primeiro chuto que dei no pacote, sujei a minha blusa cheia de iogurte (parece que o pacote não estava tão vazio). Podia ser um miúdo inconsciente e inocente, mas se havia uma coisa de que eu tinha consciência e noção, é que á minima nódoa na roupa (por muito pequena que fosse), a minha mãe matava-me quando chegasse a casa!Assim que eu notei que tinha a nódoa corri para a casa de banho desesperado, com o intuito de lavar a nódoa desgraçada o mais rapidamente possível. Cheguei á casa de banho, fui para o lavatório, abri a torneira, e comecei a esfregar, esfregar, esfregar e esfregar... sem parar, ao ponto de perder a noção do tempo e ficar na casa de banho até ao toque de entrada. Felizmente, quando deu o toque, metade da nódoa já tinha desaparecido e a outra metade mal se notava. Logo de seguida, entrei num cúbico da casa de banho para fazer as minhas necessidades e ir a caminho para a sala.
Encostei a porta de madeira verde do cúbico, que de tão velha não tinha trinco. Fiz as necessidades, puxei o autoclismo, virei-me e... (Puuuuuummmm)
Sentei-me na sanita involuntariamente como se tivesse sido empurrado, tonto com uma dor horrível na cabeca, meti as mãos á testa e quando dei por mim, estava a derramar tanto sangue, que a nódoa que eu demorei mais de metade do intervalo a limpar não se notava devido á quantidade de sangue que tinha na blusa. (Nunca deitei tanto sangue na minha vida!).
Que raio aconteceu?
Os estúpidos dos meus colegas de turma tinham o hábito de chutar as portas por "diversão" e não notaram que eu estava dentro de um dos cúbicos!
Os meus amigos ajudaram-me a chegar até á sala para ir ter com a professora, eu nem sei como consegui subir as escadas e chegar até á sala, mas consegui chegar com a cara cheia de sangue. A professora mal me viu entrou em pânico e chamou logo os meus pais.
Conclusão fui para o hospital e não me cozeram a cabeça, mas meteram-me uma cola roxa muito estranha que ficou umas duas semanas na minha testa.
Até hoje pergunto-me se foi aquela pancada que tirou-me uns parafusos, daí hoje em dia eu ter uns a menos ou se já nasci sem alguns.Lição de vida: Sempre que forem a casas de banho públicas, façam as vossas necessidades em cima da sanita e aconselho-vos a sair por cima da porta do cúbico (o que é algo um pouco difícil)
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O Azarado
UmorismoOs momentos mais constrangedores, engracados e humilhantes na vida de um simples rapaz bastante azarado.