Sábado:
A noite esfriou mais do que nos outros dias... está-me a parecer que o verão se está a despedir mais cedo do que o habitual.
Assim que chegámos a casa de Jay, esta encontrava-se iluminada por umas luzes brancas instaladas no chão em todos os cantinhos.
O pai de Jay abre a porta e entra, enquanto Jay dá-me o empurrãozinho de incentivo. Eu olho de esguelha para Jay e ele sorri, mas assim que a mãe de Jay acende as luzes, Jay retira a mão das minhas costas para que os pais não suspeitassem de nada.
O pai de Jay desaparece pelo enorme corredor e a mãe de Jay declara:
- Vem comigo Miriam, vou-te levar ao quarto do Calum. Enquanto isso, vai buscar uma das tuas camisolas para a Miriam vestir, Jay.
Eu sorrio para a mãe de Jay e subimos as escadas cobertas pela alcatifa turca seguidas por Jay atrás.
O quarto de Calum ficava logo à esquerda assim como o quarto de Jay, a diferença é que o quarto de Jay era o mais afastado e o último dessa lateral. A mãe de Jay abre-me a porta e acende a luz indicando:
- A casa de banho deste quarto está no canto à direita depois de entrares, qualquer coisa chama-me, o meu quarto é o que está aqui em frente.
- Muito obrigada Sra. Bartner - agradeço com um sorriso.
Nesse momento, Jay aparece com uma camisola vermelha clara informando:
- Esta é uma das camisolas mais compridas que eu tenho, acho que serve para esta noite.
- É perfeito - comento enquanto pego na sua camisola.
A mãe de Jay sorri e aproxima-se de mim para se despedir com um kiss de boa noite na cara, Jay também se aproxima e eu dou-lhe um kiss sentindo-me estranha depois.
Os dois sorriem e Jay fecha a porta devagar enquanto eu fico mais uns segundos a processar aquela última interação entre nós.
Por fim, sem mais dúvidas, apago a luz do quarto e caminho lentamente em direção à cama. Tiro a roupa até ficar apenas vestida com as peças intímas, de seguida, visto a camisola de Jay que pouco tapa as minhas pernas e deito-me nos frescos lençóis à luz do luar que penetra na grande janela de vidro daquele quarto.
Sempre gostei dormir fora de casa para variar de vez em quando, mas sempre que o fiz, sentia-me contente, empolgada e tal e qual como uma criança. Agora sinto-me insegura, nervosa e tal e qual como os meus pais quando alguém lhes pede para sair do seu lar por uma noite.
Fito o teto sem conseguir adormecer e respiro fundo, dormir em minha casa traz-me um conforto, dormir nesta casa traz-me o contrário. Viro-me para o lado contrário da janela e pego no telemóvel que está em cima da mesinha de cabeceira para ver se me distraio até adormecer, ao abrir algumas redes sociais que durante uns dias não visitei, o meu telemóvel vibra com a chegada de uma mensagem.
Assim que a mensagem aparece no topo do ecrã, eu gelo mais do que já estou ao ver o remetente e a sua mensagem:
De: Jay Bartner
Mensagem: Vem para o meu quarto... está mais quente aqui. Os meus pais já se foram deitar por isso ninguém vai dar por conta.
Eu bloqueio o telemóvel e encosto-o ao meu peito ponderando: Será que devo? O que é que eu estou a fazer?
Uma súbita coragem passa por mim e eu levanto-me levando também comigo o meu telemóvel.
No caminho até à porta do quarto, desbloqueio o telemóvel para mandar uma mensagem a Jay, abro a porta e olho para a esquerda vendo-o por causa da luminosidade do meu telemóvel. Jay faz um gesto para eu ir ter com ele e eu bloqueio o telemóvel caminhando delicadamente até chegar ao seu quarto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Caso de Corgouncity
Teen Fiction"Um amor falso vivido com grande intensidade, e duas pessoas que nunca pensaram em se juntar após esse amor perdido à quase um ano..." → Depois de três meses de férias com os amigos, a última semana destas está há porta e Miriam quer aproveitá-la a...