For Your Love

Under the Bridge

Fazia uma tarde chuvosa e gostosa em Tulsa, eu estava de folga então decidi relaxar, tirar um tempo pra mim. Eu estava um pouco melancólica, eu diria. Saudades da minha família no Brasil, das minhas amigas de Miami... Eu me sentia tão só naquele apartamento...

Um pouco mais de uma semana havia se passado depois daquele reencontro com Zac no bar e eu não parava de pensar em tudo que havia acontecido comigo desde minha chegada a Tulsa. Parece meio bobo, eu sei, mas sempre ando por ai querendo encontrá-lo e é meio frustrante que isso não aconteça nunca.

Eu nunca fui uma pessoa de muita atitude, mas naquela tarde, ao som de "Under the Bridge" do Red Hot Chili Peppers, resolvi me arrumar e seguir para o Studio Pub, o lugar onde nos encontramos aquele dia. Se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé, mesmo sem ter a certeza de que ele estaria lá. O máximo que pode acontecer é eu ficar com cara de tacho, sozinha e tomar umas pra esquecer essa ideia maluca.

Peguei uma blusa preta básica e minha jaqueta de couro. Pus uma calça skinny e minha bota favorita e fui. Chegando no pub, havia um número considerável de gente, mas não estava tão lotado como na primeira vez em que fui. Sentei no balcão do bar e pedi uma bebida, depois duas, depois três... Dei uma volta em todo o pub e nada de Zac. Então sentei numa mesa tomando aquela que seria a última da noite. Foi quando vi uma sombra passar e sentar ao meu lado.

T- Olá, tudo bem? - Ele disse após ficar me olhando, pelo que me pareceu uma eternidade...

E- Já estive melhor. – Respondi sem a menor vontade de dar papo.

T- Prazer, meu nome é Tom.

E- Ummm – Foi tudo o que eu consegui dizer. Eu realmente não estava afim de conversar e a presença dele ali me incomodava, eu não gostava nada do modo como ele me olhava, um olhar de desejo tão escancarado que chegou a me dar repulsa.

T – Você não vai me dizer o seu nome?

E- Não. - Eu disse com uma cara de desprezo.

T- Nossa, você não é de papo mesmo, não é? Ele disse e começou a se aproximar mais e mais...

E- Você pode se afastar por favor, ou melhor, fazer a gentileza de cair fora, porque eu não queria ser indelicada, mas acho que você não notou ainda que eu não quero conversar com você. – E quanto mais eu falava, mais ele se aproximava, e então ele passou os braços por mim, se apoiando no sofá e disse:

T- Então quer dizer que você não é de papo, não é mesmo, então vamos para o que realmente interessa... – Nesse momento eu paralisei. Aquele idiota me agarrou e me beijou a força e pra o meu azar, nós estávamos em um lugar afastado e de pouca luz. Eu tentava empurra-lo, mas ele era muito mais forte que eu, ele passava uma das mãos pelo meu corpo e a outra segurava os meus cabelos e nada que eu fizesse fazia com que ele parasse.

De repente senti uma sombra passar por nós e quando vi, Tom já não estava mais em cima de mim e sim caído no chão. No primeiro momento eu não consegui entender, só senti um imenso alívio de ter saído daquela situação. Quando caí em mim, percebi que era Zac que estava dando uma surra em Tom que estava visivelmente embriagado. Então eu me levantei e puxei Zac pela camisa...

E- Zac, por favor, larga esse idiota! Não vale a pena! Nessa hora, nossos olhares se encontraram e ele largou Tom e se virou para mim.

Z- Você está bem? Esse babaca fez mais alguma coisa com você? - Ele estava muito nervoso, com os cabelos completamente bagunçados e lindo... Até brigando ele consegue ser sexy...

E- Eu estou bem, graças a você. Mais uma vez... - E então eu me senti segura. Sabia que ali, aquele cara não poderia fazer mais nada.

Z- Vem comigo, eu vou te tirar daqui. – Ele pegou na minha mão e foi me conduzindo pela multidão até o lado de fora do pub.