Agonizante Maldição

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Aos 8 caminhou por uma estrada estreita,

Em seus pés a brasa do dia da traição,

Em fogo sua mente foi marcada,

Para que no futuro houvesse a retribuição!

 E se inicia a história de Óto, órfão aos oito anos, teve seus pais morto se parte de seu braço esquerdo queimado, havia sido delatado aos diesh, que haviam sido eles quem furtaram a carruagem real, que estava sendo transportada, por entre as cidades de Ureon e Nora na época de estiagem, é claro que era uma mentira, tudo isso apenas por umas lascas de ouro a qual não durariam mais que uma estação, a comida era escassa no vilarejo, e a água era de uma raridade tal quanta o chocolate. Naquela noite o fogo devorou rapidamente todo o pequeno casebre construído pelo pai de Óto, seu pai o lançou pela janela dos fundos enquanto sucumbia em chamas, e ele pode ver o olhar gritante de sua mãe logo atrás,ele brilhava como prata reluzente, e ardia com a angustia de se perder no vazio, as chamas crepitavam alto a luz parca da lua.E Óto correu, correu em busca de ajuda, correu ao anseio de que seu tio o socorresse, ao cruzar uma viela em que se dava nos fundos do pequeno casarão de seu tio, se deparou com uma lamparina acessa emitindo um fraco feixe de luz pela porta entreaberta, e como se os instintos berrassem ele sede teve de sua correria desenfreada antes de chegar aos degraus, se aproximou em passos silenciosos e se posicionou atrás da porta espiando o interior da cozinha. De início a única coisa que ouvia era o coração pulsando forte no peito, e os músculos se pulsando devido as queimaduras sofridas, mas após alguns segundos porém reconheceu a voz ao mesmo tempo contente e preocupada de seu tio, que falava com um homem alto de cabelo preso em um rabo de cavalo, vestido em uma armadura.

- Ninguém vai saber não é?! Ninguém vai desconfiar que toda a execução dessa tramoia foi possível porque tiveram a minha ajuda? Se descobrirem que entreguei meu próprio sangue em troca de umas lascas de ouro, vão me esquartejar em praça pública.

-Acha mesmo que permitiria que algum tipo de informação sobre isso saísse daqui, sabendo que se algo cair no ouvido de algum dos meus superiores, posso ser levado a forca só pelo fato de punir pessoas inocentes,sem contar a parte em que te recompenso por ajudar a incriminar tais. 

O tio de Óto se encaminhou até a pia abriu a segunda gaveta mexeu no fundo dela depositou um saquinho e a fechou. Foi nesse momento que o menino se deu conta de que o soldado vinha em sua direção, com um susto deu um passo em falso do degrau da escada e caiu de costas no chão batido da pequena viela, ouviu o barulho abafado enquanto o ar escava por entre aboca, num arquejo se colocou de pé e disparou em direção ao fim da viela,cruzou a esquina a tempo de ver a porta se abrindo e o soldado caminhar para o outro lado com a mão apoiada na espada, com um ar desconfiado e atento.Ele esperou até que o soldado desaparecesse de vista para voltar para a viela e espiar novamente dentro da casa de seu tio, seu braço pulsava numa dor excruciante e em partes dele já se podia ver bolhas, se Óto não fosse criado como fora, com trabalho árduo, pobre, e tendo que ter maturidade e responsabilidade tão cedo, àquela altura estaria choramingando pela rua, mas crescer em meio ao sofrimento permitiu a ele suportar a dor naquele momento, ele se aconchegou em um canto escuro da viela e esperou.Passando-se algumas horas, ele se levantou pegou uma pedra solta do chão, que era maior que as duas palmas de suas mãos juntas, foi até a porta e bateu, aguardou um instante e voltou a bater mais alto, quando escutou um ruído saindo de dentro da casa se esgueirou em cima do muro ao lado da escada e esperou, uma vela se ascendeu e pouco tempo depois o trinco da porta se mexeu.Seu tio ao se deparar com nada mais que a noite escura porta afora, se permitiu colocar a cabeça pela porta para espiar, se virou para o lado a tempo suficiente apenas de ver seu sobrinho saltando para cima dele, e segurando apedra, baixou o braço com raiva nos olhos e tudo escureceu .Óto o puxou para dentro com grande esforço e fechou a porta atrás de si, vasculhou a casa pegou alguns pedaços de corda e uns trapos, amarrou seu tio ao pé da mesa e o amordaçou, encheu um balde com um pouco de água limpa, e começou a lavar os ferimentos, primeiro as queimaduras, depois um pequeno corte na fonte do lado direito da cabeça, um pequeno furo na coxa esquerda onde na correria pra fora de sua casa havia batido em um prego solto.Após alguns minutos em silencio, pode ver seu tio começando a se remexer, quando ele abriu os olhos e pode ver Óto o observando sentado a poucos metros de distância, exprimiu um gemido espantado, Óto levou um dedo a boca indicando para que ele fizesse silencio e numa voz confortante disse.

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⏰ Last updated: Jan 28, 2018 ⏰

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