Capítulo Único.

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Já passava das onze da manhã quando Brie levantou de sua cama. A manhã de domingo não estava ensolarada como a repórter falara no dia anterior no jornal. A chuva era grande e tudo que a garota de cabelos vermelhos e coração partido queria era poder esquecer tudo que vivenciou com o ex-namorado nos últimos dois anos. Especialmente, a noite passada.

Suas melhores amigas, Celie, Wendy e Nat foram as primeiras a saberem do término e a consolarem. Nat e Wendy dividiam um apartamento desde a faculdade e Celie estava passando uns dias com elas, pois seu apartamento estava em reforma.

— Estamos indo para aí com barras de chocolate Ovomaltine e vinho — disse Celie ao telefone, enquanto trocava seu pijama por outra roupa. Wendy e Nat faziam o mesmo.

Mas, por mais que Brie amasse suas amigas, tudo que ela queria era poder ficar sozinha e botar sua cabeça no lugar. Teimosa como sempre, Wendy ainda pegou o celular de Celie, perguntado cinco vezes se ela tinha certeza do que queria.

— Nós chegamos aí rapidinho — disse ela, tentando convencer Brie.

Brie confirmou para todas as cinco vezes que sim, ela tinha certeza do que queria, mas Wendy só sossegou quando Brie disse no dia seguinte ela iria para a casa dela.

— Fica bem, Brie. Nós vemos amanhã aqui em casa — disse Nat, após pegar o telefone com Wendy que estava quase satisfeita.

Contudo, ao acordar naquela manhã, Brie não queria sair de casa, na verdade ela não queria nem sair da cama. O coração partido e a chuva batendo em sua janela contribuíam para aquilo. Somente agradeceu por não ter marcado uma hora com as amigas, assim, ela teria até a noite para sair da cama, tomar um banho e parecer gente.

E, por mais que a sua coberta xadrez estivesse quentinha, Brie estava com fome.

Indo até a cozinha, mas ainda levando sua coberta consigo, seu telefone tocou uma, duas, três, quarto, cinco e depois da sexta vez, ele desistiu.

Brie soube no segundo que o som da música começou que era o ex ligando - o toque dele era em memoria ao primeiro show que eles foram juntos. Mas, ela foi forte e não atendeu. Tudo que tinha para ser dito, já fora dito na noite passada, e as ligações juntaram-se as inúmeras mensagens que ele mandou e ela não leu.

Quando Brie terminou de colocar o molho de tomate e a salsinha sob os raviolis, seu celular tocou mais uma vez, mas desta vez não era ele. O toque era outro, indicando que era Wendy quem ligava.

— Olá, fadinha. Você está no viva voz. Que horas você vem?

— Só de noite, meninas. Vou almoçar agora e ainda tenho que tirar as coisas dele do meu apartamento.

— Deixar para fazer isso amanhã — propôs Nat.

— Por mais que eu queira, é melhor eu fazer isso logo. Assim, eu me livro de pelo menos, uma parte dele — respondeu Brie, olhando para o porta retrato branco, ao lado da televisão, que tinha uma foto deles.

— Tudo bem, você quem sabe. Mas por favor, não se atrase para o jantar — pediu Nat.

— Por quê? O que de especial Celie irá fazer? — perguntou divertida, dando seu primeiro sorriso do dia.

— Isso é surpresa — respondeu Celie, animada. Ela amava fazer receitas novas que via na internet e as amigas sempre eram as cobaias.

— Tudo bem. Às sete horas estou aí — declarou, sentando-se na bancada da cozinha onde o prato estava esfriando.

— Mas... Como você está, B? — perguntou Celie, delicadamente, preocupada com a amiga.

Nat e Wendy se entreolharam, ansiando pela resposta. Nenhuma das duas perguntou antes, pois Celie era a mais indicada para aquele trabalho. Nat estava mais para fazer uma vingança com aquele que não se deve mencionar o nome, pelo sofrimento que causara na amiga ruiva. Wendy pensava se estava muito cedo para apresentar seu colega de trabalho bonito e solteiro para Brie.

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