Mais um dia de trabalho termina, saio da faculdade as 17:00. Chego em casa as 18:00. Abro a porta a procura de Miranda. Mais um dia de trabalho termina, saio da faculdade as 17:00. Chego em casa as 18:00. Abro a porta a procura de Miranda. Apenas vazio, da sala de estar, me recebe.
-Miranda? -A chamo, e em jbdsouço soluços, vindo da cozinha. Caminho até lá. Logo de cara percebo a completa bagunça no cômodo: cascas de manga sobre a mesa, o chão e a pia, leite sobre o balcão de madeira do armário de mantimentos, o copo de liquidificador sujo com oque eu imagino ser a mistura dos ingredientes espalhados. Passeio os olhos ate repousa-los na menina debaixo da mesa, encolhida em posição fetal, agarrada aos joelhos com a expressão mais brava que já vi em seu rosto. Ela me fitava como se seja lá oque ocorreu fosse culpa minha. Sorri me aproximando e entrando para debaixo da mesa, sentando ao seu lado com cautela para não derramar o conteúdo do copo duplo, que ela havia enchido, e bebido até a metade.
-Você é um mentiroso, manga com leite não mata! -Peguei o copo virando o conteúdo garganta a baixo.
-Droga, pelo visto fomos enganados! E agora, oque vamos fazer?! Mas espera! Porque exatamente você quer morrer?
-Porque essa vida é uma droga, e eu não aguento mais!
-Mas você nem começou a viver ainda, ira completar 11 anos semana que vem! Espere ate amar alguém pela primeira vez, daí ter sua primeira desilusão amorosa. Aí sim irá querer morrer!
-Foi assim com a minha progenitora?
-Para falar a verdade única coisa boa que resultou do meu relacionamento com sua mãe, foi você.
-Pai, oque realmente aconteceu com ela?
-Não sei meu bem, num dia você nasceu, era linda, estávamos felizes, no outro os funcionários do hospital e eu procurávamos a sua mãe. Acho que foi algo como depressão pós parto. Nem a policia soube o paradeiro dela, e pensar que na época só nos casamos para que ela não fosse pega pela alfandega e deportada de volta a Inglaterra. Que tipo de ser humano troca a Inglaterra pelo nosso país.
-Ela nos abandonou?
-Acho que sim. -Nós ficamos em silencio durante um tempo. Ela fitava o chão, sua expressão era dura e severa.
-Sabe de uma coisa, preferia que ela tivesse morrido! -Aquelas palavras me chocaram. Quem esperaria de uma criança, opinião tão extrema.
-Ouça filha! Não é bom que alimente sentimentos ruins como esse, pois isso só fará mal a você e a quem ama. Mesmo que ela tenha nos abando, eu jamais vou te deixar, estarei sempre do seu lado, segurando sua mão. -Entrelacei nossos dedos, a beijando a testa.
-Vamos arrumar essa cozinha, enquanto isso você me conta o motivo da sua tentativa de suicídio! -Sai de debaixo da mesa, trazendo o copo comigo, me levantando, ela me seguiu bufando de irritação, o que a deixava com a face rubra. Ri de suas expressões de descontentamento. Comecei a limpar o leite do balcão, e ela a recolher as cascas de manga.
-Então oque ouve?
-Não quero falar sobre isso, respeite meu espaço!
- Sou seu pai, e seu espaço é de minha administração e reponsabilidade, vamos e deixe de enrolação! -Ela respirou fundo.
-Eu apanhei na escola.
-Oque, desde quando você se mete em brigas?
-Desde nunca, como eu disse, eu apanhei, levar uma surra não se encaixa no contexto de brigar, só no de ser saco de pancadas a mercê de uma garota sádica.
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Miranda
Short StoryAntes de tudo, esta não é uma historia com final feliz, leia por conta própria! Miranda é uma ruivinha esperta de mais pra sua idade um pequeno gênio. Amante das estrelas, por influencia de seu pai astrônomo, de personalidade forte. Ela é o limite...