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Katsuki Bakugou nunca fora um alfa comum, acho que desde sua infância, ele não achava que era um alfa igual a todos os outros. Possuía cabelos dourados e arrepiados, dois olhos vermelhos profundos, um corpo atlético igual todo alfa, junto com sua altura de 1,80. Só que ele não se achava o Rei do topo da cadeia alimentar.

Seu pai, Masaru Bakugou, era um ômega, que perdeu a mulher muito cedo, fazendo com que tivesse que cuidar sozinho do filho tendo o papel de ensinar tudo o que podia para o filho. Katsuki amava o pai com todo seu coração, mesmo que a sociedade demonstrasse que era errado um filho alfa ter tanto apreço a um pai ômega, principalmente se a mulher era alfa. só que ele sempre defendia o pai que sozinho trabalhou, e muito, para que nada faltasse em casa.

Como ficava sozinho em casa ─ já que seu pai ficava muito tempo fora trabalhando ─ era Katsuki que cuidava dos afazeres de casa. Coisas que geralmente eram ômegas que faziam, aquilo nunca pareceu incomodá-lo. Afinal, seu pai já estava dando tudo de si , até mesmo aprendeu a cozinhar, já tinha visto durante a madrugada que mesmo cansado, o ômega ainda fazia seu lanche para que levasse para escola. Então resolveu fazer um esforço para aprender a cozinhar e com isso acabou ficando responsável em fazer todas as refeições, até mesmo as que seu pai levava para o serviço.

Com isso, notou que apenas ele como alfa fazia afazeres domésticos e até mesmo a comida, via como seus colegas o ridicularizavam por fazer algo tão baixo como aquilo, não era da natureza de um alfa fazer aquele tipo de serviço e acima de tudo achar que é algo '' normal'' fazer tais tarefas. O que o deixava irritado, não entendia como os colegas de classe podiam ter uma mente tão fechada a ponto de zombarem de sua atitude por conta disso, já os ômegas lhe olhavam um tanto animados e esperançosos. Como se a humanidade pudesse ainda ser salva de todo o preconceito que havia sobre o assunto. Era algo delicado e complicado de dizer que alfas podiam sim, e até deveriam, ajudar os ômegas nos afazeres domésticos.

Katsuki Bakugou cresceu sendo um dono de casa perfeito, ele adorava limpar, poderia dizer que tinha quase um toc para limpeza, ele não queria trabalhar ou até mesmo cursar uma faculdade. Afinal, ele não sabia o que queria fazer, muito menos o que desejava para si mesmo... a grande maioria lhe achava um alfa estranho por ser daquele jeito, os ômegas que ficavam interessados logo perdiam o interesse ao ver que ele não queria trabalhar, e sim cuidar da casa. Muitos não tinham ambições ou até mesmo vontade de procurarem um emprego, mesmo querendo e desejando direitos iguais eles mesmo não lutavam por esses direitos, preferiam ficar em casa. O que deixava Bakugou incomodado com tudo aquilo, não queria ser obrigado a trabalhar por conta de ômega nenhum, isso é claro, se o ômega em questão fosse seu pai... aí ele largaria tudo e trabalharia por horas para ajudá-lo.

O mercado de trabalho era basicamente constituído de betas e alfas, eram pouquíssimos ômegas que tentavam trabalhar, ainda mais em uma área onde a maioria especializada era alfa. Muitos tentavam em locais de pequeno comércio como: floriculturas, mercados, cafeterias e até mesmo professores de jardim de infância. Fora isso, era muito difícil ver ômegas tentarem profissões mais ousadas, a grande maioria queria ser bancada e viver às custas de um bom alfa. O que muitas vezes resultava em relacionamentos abusivos, já que o ômega não teria para onde ir e sem nenhum tipo de estudo ou experiência no mercado de trabalho ficava impossível sair do relacionamento. Uma coisa gerava outra ─ no caso só coisas negativas ─, devido a submissão dos ômegas eles acabavam ficando dependentes de alfas, sendo abusivos ou não, mesmo que isso fosse causar estragos futuros. Era melhor ter um alfa, mesmo um agressivo, que ficar na rua a ponto de vender o corpo.

Arrumar um ômega independente era algo muito difícil naquela sociedade, mesmo que alguns tentassem trabalhar com pequenos negócios, não era o suficiente para bancar os custos de uma casa. Sem contar que os ômegas que trabalhavam, ganhavam muito pouco comparado aos alfas. Mesmo que o trabalho fosse por horas e não mensal, ainda ganhavam 1/3 do que os alfas ganhavam... Por isso e outros motivos, muitos ômegas acabavam desistindo de tentar fazer a diferença ou arrumar algum tipo de trabalho, havia aqueles poucos casos onde ômegas trabalhavam nos negócios da família, mas claro de graça, pois já tinham teto e comida garantida e algumas regalias. Foi então que aos 21 anos ele conheceu o amor de sua vida, Izuku Midoriya, um ômega pequeno, de cabelos esverdeados, e belíssimas safiras verdes tendo como bônus um conjunto de sardas em seu rosto.

Um alfa diferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora