Era setembro, mês em que começava minha estação preferida. As flores já começavam a florescer e a brotar nos canteiros pela cidade. E os sentimentos aqui dentro também começavam a florescer e eu começava a desabrochar.
Conheci Taylor no dia 21 de setembro, era a coincidência mais linda e mais bizarra que poderia ter acontecido. Ou seria o destino? Eu acordara muito feliz pelo início da primavera. Estava com um vestido florido e botinhas de cano médio. Conhecera ele num café. Ele estava lendo o mesmo livro que eu. Outra coincidência? Ah o destino só podia estar brincando conosco.
Conversamos sobre "uma noite estrelada" e confessamos um ao outro como estávamos amando o livro. Parecia coisa de filme. Mas era real. Estava acontecendo mesmo. E comigo. Conosco. Bem doido mesmo.
Combinamos de ir ao cinema a estreia do filme baseado nesse livro. Era dali a 15 dias. E eu estava ansiando por esse dia, como eu espero pela chegada da primavera.
Enquanto esse dia não chegava eu tentava levar minha vida o mais normal e calma possível. Annabeth não vai pirar, eu ficava me lembrando de ficar sob controle. Aproveitava para ler e decorar as minhas frases preferidas do livro. Tentava distrair minha cabeça desenhando e tocando piano. As duas coisas que me tiravam de mim e me levavam para outro lugar. Ah, como me acalmava. E eu amava a sensação de estar em "outra dimensão". Fora de órbita.
Eu estava indo ao parque perto de casa, correndo, tranquila, numa boa. Quando de repente trombo com Frank. Opss. Desculpa. Desculpa. Ah, quanto tempo, não? É.. verdade. Como você tá? Bem e você? Também. Ah, que bom. É.. a gente podia sair qualquer dia, né? É.. pode ser. Até. Até. Aaaaa. Isso não podia estar acontecendo. Eu sabia que não vinha coisa boa por aí. Só podia ser uma brincadeira do destino. Meu ex querendo sair comigo. Não. Não. Não. Eu não devia ter aceitado, como eu sou boba. Mas você gosta dele, não nega. Tá, tá. Mas, não. Não. Droga.
Fui pra casa, tomei um banho e decidi que iria viajar. Espairecer um pouco a cabeça. Estava uma bagunça aqui dentro. E bagunça e Anne não funcionam. Peguei meu carro com rumo pra praia. Lá eu poderia me acalmar. O contato com o mar sempre me fez bem. Quem sabe ele me ajuda no meio dessa confusão?
Ah.. o azul do mar. Parece até que estou de férias. Nem parece que tenho prova nessa semana ainda. Calma, Anne. Você veio relaxar. Vamos viver e aproveitar o melhor da vida. É pra isso que estamos aqui, não é mesmo?
Entrei no mar, corri, brinquei na areia. Fiquei por lá até de madrugada. Tive uma conversa bem massa com um cara. Não, nada de segundas intenções. Ufa. Essa pessoa me salvou. Grata. Agora posso voltar pra minha vidinha e resolver tudo, sem pressa.