A Raposa Disfarçada de Mulher

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Edwin puxou o capuz para frente, baixando o rosto

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Edwin puxou o capuz para frente, baixando o rosto. Sabia que seus cabelos louros seriam facilmente reconhecidos naquele meio de pessoas amarronzadas com olhos escuros. Passou pelas tendas, seguindo a batida animada dos tambores. O clarão alaranjado da fogueira espantava o frio, acalentava a noite onde os refugiados se reuniam. As gargalhadas, a música, faziam parecer que era ele o estrangeiro ali.

O capitão se moveu na multidão - uma plateia, percebeu - que assistia às mulheres ao redor do fogo. Seu olhar se fixou numa delas. O longo cabelo escuro da moça rodopiou com ela, os enfeites da saia vermelha chacoalhavam na batida dos quadris e seus pés deslizaram suaves quando seguiu na direção dele.

Foi nesse momento que os tambores cessaram, recomeçando numa melodia sedutora. A perna da moça surgiu na fenda da saia e sua barriga ondulou, na mesma performance das mãos, que subiram para serpentear frente ao rosto, permitindo que Edwin visse apenas os olhos negros enigmáticos da dançarina. Até então, não havia notado quão fixo era o olhar que ela lhe lançava. Estava hipnotizado.

Edwin devia lembrar que estava naquele acampamento clandestino para uma investigação, não para se encantar por uma desconhecida. E, definitivamente, não devia permitir que ela se aproximasse sinuosa, como fazia agora, para rodeá-lo ao dançar. Estava tão perto dele, que podia sentir o perfume floral, exótico, de sua pele acastanhada. A moça tocou seu ombro e arqueou as costas para trás. Voltou à posição normal, desenhando espirais no ar com as mãos. Ela esboçou um sorriso que deixaria qualquer homem de joelhos. Mas o feitiço quebrou quando Edwin agarrou seu pulso de vez num movimento brusco, antes que ela retirasse seu capuz.

Ao invés da expressão amedrontada que esperava, ele ficou surpreso pelo olhar zangado que a dançarina lhe lançou. Como se dissesse: "sei o que está fazendo aqui, vá embora!". Edwin trincou os dentes, deixando que ela visse a ameaça recíproca no verde de seus olhos. Em seguida, soltou o braço dela e partiu.

Só não sabia explicar o porquê do coração disparado.

Só não sabia explicar o porquê do coração disparado

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