O Bilhete

23 6 7
                                    

- ''Eu amo você"! _ Era a última frase que ela havia escrito no bilhete.

- Vasti! _ Com a cabeça encostada na parede, afogava meu passado. Na estante, a melhor foto. Eu e ela: registrando nosso melhor beijo.

Sinto saudades.

Todas aquelas palavras, o compartilhar de tantos sonhos, e a quebra de uma promessa... Motivo pelo qual ela havia partido. Mas não estava disposto a aceitar isso. E mais: não havia acontecido como ela imaginava. Me dei conta de uma lágrima que escorria em meu rosto, molhando o bilhete que estava em minhas mãos. Limpei-a, e mais uma vez eu li:

"- Amor, sei que iríamos nos casar amanhã! Sei o tanto que lutamos para chegar até aqui! Cada desafio realizado, cada meta conquistada! Cada sonho compartilhado! Juro, de todo coração que nunca vou esquecer! Você me fez experimentar um pouco do amor desse mundo, o qual nunca havia experimentado antes. Mas tenho que partir. Eu sou capaz de perdoar qualquer coisa, menos a quebra de uma promessa! E pela forma que ela foi quebrada, eu não tenho palavras... Não quero que venha atrás de mim, nem tampouco que sofra por mim. Peço para que me esqueça. Foram muitas idas e vindas. Mas o fim não justifica os meios! Sabe de uma coisa: Sofri, chorei, lutei! Mas pelo menos amei! E dessa vez, amei de verdade! Adeus, Lucas! Eu te amo! Com amor: Vasti!"

O anel que ela havia devolvido ainda brilhava. Nem acredito que estávamos noivos há cinco meses. E o sacrifício que eu tinha feito para conseguir aquela aliança, agora parecia vã. Não era o preço, mas o valor. O valor sentimental.

O telefone tocou.

- Alô? _ Atendi.

- Lucas, o que aconteceu? Pode passar aqui para conversarmos? _ Era Pietro, meu irmão mais novo.

- Estou indo!

Peguei as chaves do carro, e parti em direção a casa de minha tia Ivone, onde Pietro estava hospedado.

***

- Foi tudo rápido de mais! _ Eu desabafava. - Eu não tive tempo para me despedir!

- Eu lamento! _ Ele de fato, também estava muito abalado. - Está me dizendo que realmente acabou?

Olhei a janela. Um casal curtia momentos felizes, passeando de mãos dadas. Lembrei de quantas vezes fizemos aquilo.

- Eu não sei te dizer!

- Como não? Lucas! _ Ele olhou fixo em meus olhos. - Foram tantas idas e vindas! Não pode acabar agora! Cara, vocês iam se casar!

- Nem me lembre!

- Ei, esse não é o Lucas que eu conheço!

- Pietro...

- Você sabe do que estou falando! Você nunca se rendeu. Sempre lutou, até o final!

- Não está me dizendo pra...

- Cara, vai atrás dela! Sei que sabe onde ela está! Você sempre sabe!

- Não sei há quanto tempo ela partiu, sabe? Fica a cerca de 160 quilômetros!

- Você a ama? _ Pensei um pouco. Tantas vezes ela havia me feito aquela pergunta. Eu nunca havia sido capaz de responder. Nunca fui capaz de dizer aquilo que realmente sentia até ter certeza. Temia que fosse da boca pra fora. Temia que um dia terminassemos e ela usasse aquela frase para me incrimimar. Temia em dizer 'eu te amo'.

- Eu... Sim! _ Confessei!

- O que está esperando? _ Eu sorri. Era a primeira vez que eu tinha conseguido falar que de fato a amava. - Ela precisa ouvir isso de você!

- Obrigado, meu irmão! _ Nos abraçamos forte.

- Vai lá e traz ela de volta!

- Sim! Eu vou fazer o meu melhor!

***

Ao sair na rua, pedi o primeiro táxi que encontrei. Não iria de carro, devido a capital ser enorme, e eu ainda não sabia realmente os caminhos para voltar de novo pra Capivari, cidade onde ela morava.
Um táxi parou. Abri a porta do carro e sentei-me.

- Para onde Vamos?

- Capivari!

- Sério? _ O taxistas me olhou de banda.

- O problema é a grana?

- São mais de cento e sessenta quilômetros!
Tirei de meu bolso um pequeno saco, e revelei a ele dezenas de cédulas de cem reais. (Eu acabara de ganhar meu primeiro salário de verdade, e realmente não queria gasta-lo assim, mas seria algo necessário)

- Bem! _ Ele coçou a cabeça. - Então vamos lá, Não é? _ Ele ligou o carro.

- Pelo caminho, vamos fazer algumas paradas, ok?

- Irmão, aqui é você quem manda!
Partimos em direção a Capivari.

- Não quer me contar o por quê de pegar um táxi, em vez de um ônibus? _ Ele parecia um taxista bem intrometido ou só estava tentando ser legal. - Você parece apressado e preocupado!

- Vasti! _ Arranqui de meu bolso a foto que eu havia pegado e mostrei a ele.

- Sua namorada?

- Minha noiva! Quer dizer, não sei bem se ainda é...

- O que aconteceu?

- É uma longa história!

- Poderia começar contando como se conheceram!

- Não tenho resposta pra essa pergunta! O ideal seria quando nos reencontramos!

- Então, por favor! Comece a contar!

Eae galerinha do watpad, esse foi o primeiro capítulo de 'Eduardo&Mônica'. Se gostaram deixem seu like, seu comentário e sua opinião para me ajudarem a melhorar! Espero que tenham gostado, estarei postando mais em breve!

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 05, 2018 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Eduardo&MônicaOnde histórias criam vida. Descubra agora