A noite estava escura e fria, eu me encontrava no meu quarto, desde que minha mãe decidiu casar com Eric, nossa vida anda cada vez mais agitada, esse mundo da política é sempre assim, coloco meus braços atrás da minha cabeça, dou um breve suspiro e decido ir até a cozinha, vejo que minha mãe e meu tio estavam conversando, ela parecia aflita, andando para vários lados da sala, meu tio estava sentado em uma cadeira, bem ao lado de Eric.
- Não podemos continuar com isso, Pedro. - minha mãe falava.
- Impossível sair agora, e tudo que investimos, Eric está quase sendo o mais novo presidente do Brasil, não pode desistir assim, só causa de ameaças insignificantes. - meu tio falava alterado, nunca tinha o visto falar dessa forma.
- Eles não estão de brincadeira, estão no poder a quase 6 mandatos, e querem continuar, ameaçaram nossa família. - Eric falava em tom de preocupação.
- Ameaçaram a vida do meu filho. - minha mãe falou mais uma vez.
- Mentiras, não sujariam o nome do partido desta forma. - meu tio rebateu.
- Eles não precisam, nunca sujam os próprios nomes. - Eric comentou.
- Nos deram até amanhã.
Corri para o meu quarto e dei de cara com Lucas, que apertava os olhos e parecia confuso.
- Cara, o que você está fazendo, são três da magruda. - falou passando as mãos nos cabelos.
- Eu estava no banheiro. - menti e deitei na minha cama.
Dia seguinte...
Acordei e fui direto ver minha mãe, ela já estava tomando café.
- Bom dia, meninos. - ela parecia muito bem, diferente da noite passada.
- Sua campanha cresce cada vez mais, não é mesmo tio Eric. - Lucas falou olhando para a TV , que comprovava o que ele dizia.
- Venham, tomem café. - Eric disse e assim fizemos.
- Não estamos com pressa, hoje é sábado e não temos aula. - Lucas.
- Vamos treinar, assim quando entrarmos na FIB, já estaremos preparados. - falei para Lucas.
- Verdade, papai anda empenhado em nos colocar na FIB, assim que fizermos 18.
A secretaria de Eric entrou na cozinha e o chamou, ele saiu depressa e foi com ela até a sala, minha mãe o seguiu, não dava para ouvir, mas pareciam apreensivos.
- Então, quer dizer que você ficou com Maria Luiza, hum? - Lucas cortou meus pensamentos.
- Pois é, ela é uma garota legal.
- E mais velha também, ela já tem 18, você só tem tamanho.
Eu ri e joguei um pedaço de pão nele.
- Sabe o que eu tenho mais que você? Talento, sempre ganho. - falei levantando.
- Vamos lutar!
Fomos direto para um depósito no último andar do prédio, era o nosso lugar favorito além de que o zelador, era nosso parceiro e sempre deixava que fossemos para lá.
Enquanto estamos indo um cara com pressa passou por nos, chegou até a se bater comigo.
Ignoramos e descemos até o depósito.
Pegamos os bastões e começamos, Lucas deu um pulo em minha direção e veio com tudo em, jirei o bastão, o deixando na horizontal em minhas mãos para segurar o impacto, chutei em um dos seus joelhos fazendo com que ele caísse, em tudo que ele colidiu com o chão, puxou rapidamente em meus pés, fazendo com que nos dois nos encontrassenos a mesma altura, levantei me afastei para o canto do depósito e ele para o outro, corremos para ir um ao encontro do outro, ele pulou novamente, mas dessa vez, eu escorreguei e passei em baixo de suas pernas, fazendo com que no momento em que ele tocasse o chão, eu já estivesse em pé, e assim foi, assim que ele encostou no chão, acertei suas costas com meu pé e o dei um certeiro mata Leão, ele bateu as mãos no chão, e eu o soltei.
Descansamos e jogamos conversa fora por um bom tempo, ficamos cerca de duas horas dentro do depósito, quando percebemos que as coisas as nosso redor, começaram a tremer, os produtos das prateleiras, balançavam sem parar.
- Eu vou lá em cima, tudo bem? - falei para ele.
- Eu te espero aqui, trás um pouco de água pra mim.
- Beleza!
Assim que eu saí do depósito, usei a saída que dava acesso a parte de fora do prédio, dei a volta e percebi a quantidade de pessoas correndo desesperadas, o prédio estava pegando fogo, corri sem nem pensar, cheguei até o elevador que estava trancado, um bombeiro me parou, dizendo
Que eu não deveria subir.
- Minha mãe está la em cima.
- Você não pode entrar, estamos cuidando de tudo. - ele tentava me acalmar.
- Ela está no penúltimo andar, ela ainda não saiu, eu não a vi. - falei desesperado.
- Nós vamos trazer sua mãe.
Foi quando eu vi meu tio entrando como um furacão.
- John, cadê o Lucas?
- Ele está lá em baixo. - falei passando as mãos em meus cabelos de nervoso.
- escuta o seu tio, desce pegue o Lucas e saia daqui agora, eu vou salva-lá, prometo.
- Por favor, tio. - falei já chorando.
Corri e fui atrás de Lucas, cheguei no depósito, e ele já não estava lá.
Meu Deus, será que ele entrou no prédio, os pensamentos me aterrorizam, regressei para o prédio novamente, dessa vez estava pior pessoa machucadas em todas as partes, parecia que os bombeiros não davam conta da imensidão do fogo, vi meu tio correndo em direção oposto ao andar de minha mãe, ele parecia gritar por algum nome, mas eu não conseguia identificar qual, foi quando eu avistei o homem estranho novamente, ele saia da garagem do prédio, corri até ele e o abordei.
- Senhor, estava dentro do prédio, viu minha mãe ou meu primo, ele tem os cabelos pretos é da minha altura.
O homem apenas me encarava com cara de interrogação.
- Você é John Carahy, não é?
- Sim, sou.
- É, eu o vi sim, ele foi naquela direção ali, vi ele correndo do prédio e entrando naquele depósito. - ele apontava para o lugar.
Eu andei até lá, Lucas devia ter voltado para me encontar, estava tão desesperado, que nem dei importância que o rapaz me seguia, entrei, vi que Lucas não estava lá, e ouvi a porta se fechado.
- Não, não, por favor. - batia várias vezes na porta.
Foi aí que eu ouvi, aquele homem estava falando com alguém.
- E então? - alguém perguntava.
- Estão mortos senhor, Victória carahy e Eric Carvalho então mortos.
- E o garoto, o filho dela?
- Em breve se encontrará com ela.
Ouvi passos cada vez mais distantes, a fumaça já estava invadindo o depósito, assim como o fogo, comecei a ficar com dificuldade para respeitar, o fogo tomava conta do lugar, eu gritava, gritava, até que chegou um momento em que, eu desisti, minha mãe tinha morrido, meu tio não cumpriu sua promessa, tudo ficou escuro e distante. E essa, essa foi a história de como eu morri, aqui jas, John Carahy

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Na mira de um anjo ( Em breve )
RomanceDepois do incêndio, que resultou na morte de Victória carahy e o senador de São Paulo Eric Carvalho, o País entrou em comoção. E como se não bastasse a morte do casal, o filho de Victória, John carahy, de 14 anos morreu e seu corpo nunca fora encont...