surreal.

~2~

Ela caminhava pelas ruas escuras e vazias de Londres, onde só se encontravam as ruas molhadas da tempestade de hoje cedo que ainda não teriam secado por conta do clima úmido, ela estava com o livro nas mãos, por algum motivo, ela sentia um calafrio fluir por todo seu corpo, um frio na barriga, uma sensação não tão boa, isso era um tanto quanto estranho, já que ela nunca fora de sentir medo de definitivamente nada, a ideia dessa sensação vir tão de repente soava estranho para uma garota tão destemida.

Ela ouve ruídos nos arbustos da frente de uma casa totalmente coberta pela escuridão do bairro onde ela vivia. Esquilos, pensou, mas nada disso aliviou a sensação, pelo contrário, isso só aumentava o seu medo e a ansiedade para chegar o mais rápido possível em casa.

Assim que Lana chega em casa, diz apenos um simples sopro de um Oi para os seus tios e em seguida vai para seu quarto, este era o seu lugar preferido de toda a casa de seus tios, lá era onde passava a maior parte do seu tempo as vezes perto da janela lendo livros, outras vezes em sua escrivaninha escrevendo coisas.

Ela entra no quarto mas deixa a luz desligada, com apenas a claridade da rua entrando junto com uma brisa fria pela cortina da janela que estava semi-aberta. Lana deixa o livro em sua cama e vai em direção ao banheiro.
Ao entrar no banheiro, a mesma passa a observar-se ao parar em frente ao espelho e repara cada traço de seu rosto pálido sem maquiagem pois ela não gostava muito de vaidades, lábios rosados, cabelos loiros, e uma tristeza estampada em seus olhos castanhos.
Ela liga a torneira da banheira e afunda na água morna após tirar suas vetes. Alan gostava de passar alguns minutos a mais no banheiro refletindo sobre coisas que acontecem em sua vida e ao seu redor.

Mas todos os pensamentos que ela tinha, levavam a ele, ao garoto que ela teria conhecido hoje, o belo garoto de cabelos loiros e olhos violetas. Foi um encontro tão breve é simples, mesmo assim Isso foi o que bastou, ela tinha se encantado com a sublime beleza que o mesmo possuía, algo chamou sua atenção ao tal garoto, ela não sabia o que era isto, mas algo dentro de si mesma se conectava à ele como se ela já conhecesse ele antes, o que é impossível, pois se ela já tivesse visto o tal jovem tão encantador ela lembraria de seus belos olhos tais inesquecíveis.
Talvez fosse um simples sentimento de afeto repentino?
Pensa consigo.
Isto era só mais um obstáculo na confusão é bagunça que é sua própria mente. Então preferiu esquecer-ce deste ocorrido, pois está lhe pareceu a única saída potável para si.

Lana percebe que o tempo passara rápido, então ela rápidamente termina o banho e anda até a toalha que se situava no balcão da pia do banheiro, então cobre seu corpo. Caminha pelo pequeno corredor com inúmeros porta-retratos de seus familiares, que adornam as paredes cor verde musgo que a levam em direção ao seu quarto.

Entra em seu quarto, que até então estava com as luzes apagadas, ela se depara com o belo livro que se encontravam ainda em cima de sua cama, então, ela decide guarda-lo em sua estante de livros até ter uma oportunidade de lê-lo.

Sente-se uma respiração fria sobre as suas costas, quase como se fosse uma brisa, que trazia arrepios em seu pescoço, uma sensação de medo. Ela sabia quem era sensação já sentida antes à algumas horas atrás.
Era ele.
O dono dos olhos marróns quase vermelhos. Ela podia sentir o aroma amadeirado de seu perfume tomando conta do espaço até chegar em suas narinas em uma forte inalação.

Uma corrente elétrica percorria todo seu corpo assim que sentiu a respiração fria do tal jovem em seu pescoço, ela sabia que era ele, ela sabia mais que ninguém, mas tudo que ela queria saber é,
quem é ele?
Porque tal jovem teria mexido tanto com ela mesma?
Ela não conseguia pensar em nenhuma resposta pra essas perguntas que martelada sua mente, enquanto ela ficava paralizada com o seu toque.
Ele põe as mãos na cintura de Lana, fazendo-a virar-se e encontrar novamente os belos olhos, que agora queimavam em um tom escuro e intenso de vermelho mais que nunca. Ela pode sentir a sua respiração fria misturar com a respiração quente dela. Ela o olhava fixamente querendo saber apenas uma coisa...