Capítulo Cinco

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CINCO

Julho de 2013

Samara estava uma pilha de nervos. Andava de um lado para o outro esfregando as mãos, conversando consigo mesma e com Deus. Implorando pra que ele não deixasse que seu filho fosse tirado dela. Ela não conversava com Ele desde que a família morreu, mas teve que abrir mão naquele momento. Samuel era tudo o que ela tinha e ela não conseguiria sobreviver se o perdesse.

Olhou pela milésima vez, o relógio que se encontrava na parede da pequena sala de espera do tribunal. A primeira audiência estava marcada para 15h e ainda faltavam dez minutos para essa hora chegar. Ela respirou fundo mais uma vez.

Tinha que se controlar.

A porta da sala abriu. Samara tentou controlar a fúria quando viu o causador de toda aquela angústia entrar vestido com uma camisa social preta, calça jeans preta e óculos de sol. Um pensamento indesejado preencheu a mente dela e ela o jogou pra longe. Não podia achá-lo bonito, não podia! Ele estava acabando com a vida dela.

Zayn passou reto por ela e se sentou no pequeno sofá azul. Samara obrigou seus olhos a ficarem grudados na mesa de escritório do outro lado da sala, lugar oposto a onde Zayn estava. Gravou todos os detalhes do local, desde as pastas pretas empilhadas até o porta-lápis abarrotado de canetas.

Alguns minutos depois, a porta se abriu novamente e um homem de terno e gravata disse aos dois que a presença deles estava sendo solicitada. Zayn se levantou do sofá e Samara esperou ele sair primeiro, indo logo em seguida. Mordeu o lábio inferior e tentou controlar o tique nervoso de suas mãos assim que se aproximaram da outra porta, onde encontrariam o juiz.

- Sentem-se, por favor. - O Juiz era um homem mais velho, uns 50 anos, e estava sentado atrás de uma enorme mesa de escritório feita de madeira pura. Muitas pastas e alguns livros de direito estavam em cima da mesma. Ele estava vestido de terno, já que aquela primeira reunião era pra que ele tivesse conhecimento do caso. Algo um pouco mais informal do que os trajes que ele usa em julgamentos.

Em outra mesa, menor que a do juiz, estava uma moça com um computador em mãos. Provavelmente, ela iria registrar tudo o que acontecesse ali.

Assim que os dois estavam sentados, em cadeiras próximas demais para a infelicidade de Samara, o juiz abriu um sorriso antes de voltar seus olhos para uma pasta aberta em sua frente.

- Temos um pedido de guarda que envolve um bebê de três meses de idade, filho da senhorita Samara Dias e do senhor Zayn Malik. Está correto? - Ele voltou seus olhos para o casal e viu o rapaz concordar com a cabeça.

- Ele não é o pai dele! - Samara conseguiu controlar o tom de voz, mas não conseguiu controlar o ódio que transbordou naquelas palavras. Zayn estava calado. O barulho baixo de teclas sendo digitadas foi o que se ouviu por alguns segundos.

- Por favor, senhorita Dias, explique por que o senhor Malik não é o pai da referida criança. - Saáh sentiu suas mãos suarem e as enxugou disfarçadamente na lateral de sua saia alta preta.

- Senhor juiz, eu fiz uma inseminação artificial. Por um imenso azar, acabei escolhendo o espermatozoide do senhor Malik. Ainda assim, ele assinou um contrato onde alegava estar ciente das questões que implicavam em uma doação de espermatozoide. Eu paguei pelo processo para que o meu filho não tivesse um pai e eu quero que permaneça assim.

- A senhorita teria a documentação que comprova o seu relato? - Samara concordou com a cabeça, se sentindo mais tranquila. Sabia que estava dentro do seu direito e tinha como provar. Queria ver como Zayn conseguiria superar aquilo. Pegou de dentro da sua bolsa um envelope e o entregou ao juiz. O mesmo analisou os documentos por alguns minutos antes de voltar a olhar o casal. - Gostaria de ficar com eles para que os mesmos fossem parte do processo.

Nosso Filho - Our Son (One Direction Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora