Pense só na sorte que eu tinha: estudava no Colégio Interno para Freiras da Srta. Claire. Tinha boas notas e odiava o maldito uniforme, uma colega de quarto que roncava e adorava ao demônio em segredo. Certa vez, de manhã, pouco antes da inspeção, eu a vi guardando em baixo do chão de madeira, velas, sal, e alguns livros sinistros. Quando ela olhou pra mim, desviei o olhar rapidamente e corri para o banheiro.No único dia em que eu consegui fazer a Dona Marie me deixar ir a cidade para comprar roupas novas, eu fui sequestrada.
O dia começou como todos os outros: chato e normal. Fui para as aulas depois da inspeção, procurei Dona Marie e lhe fiz a pergunta de sempre:
- Boa tarde, Dona Marie! - a velha senhora me olhou com o mesmo olhar de todos os dias "De novo. Essa menina não tem outra coisa pra fazer, Deus?"
- Boa tarde, Ivy. - Ela respondeu educadamente, e continuou a colocar códigos nos livros.
- Então, muito trabalho? - perguntei olhando os montes de livros que estavam ao lado de sua cadeira de madeira. A biblioteca era toda de madeira, com exceção dos vidros da janela. O chão, a porta, as cadeiras e as mesas, o balcão da Dona Marie e a janela. Os livros deixavam o lugar mais colorido e feliz.
- Já estou terminando. Esses livros chegaram hoje de manhã. - Dona Marie não tirava os olhos dos livros, suas mãos velhas enrugadas trabalhavam agilmente.
- São didáticos? - perguntei curiosa, fui até ao lado de Dona Marie com a intenção de identificar o tema dos livros.
- Não. Estes são sobre romance. - Dona Marie colocou código no último livro e o tirou de minha visão. Ela sempre fazia isso, nunca me deixava ler outra coisa que não fosse a bíblia, livros católicos ou os didáticos. Ela acenou para as duas freiras novatas a ajudassem. Rapidamente elas pegaram os livros dividindo entre si e sumiram biblioteca a dentro.
- Eu posso ir a cidade? Tenho que comprar roupas novas. - pedi como de costume, enquanto dona Marie andava pela biblioteca analisando se tinha alguma coisa fora do lugar, eu a seguia sem deixar a minha pergunta morrer ao vento.
- Está bem. Pode ir, mas você tem que estar de volta às seis da noite. Antes do jantar.
Eu fiquei paralisada por um tempo, pela primeira vez em seis anos eu podia sair do internato.
- Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! - agradeci animada, dei um abraço apertado em dona Marie.
- De nada, menina. Agora vá, e esteja aqui as seis em ponto. - dona Marie disse com sua rigidez de sempre. Apesar disso, eu não me importei, estava feliz demais por finalmente ver a cidade após anos.
- Irei falar com a Madre Esperanza. Nos vemos no jantar.
E então ela saiu, e eu corri para o meu dormitório para me arrumar e ir para a cidade. Eu mal sabia que tudo ia dar errado.
No meio do caminho eu vi um cachorrinho chorando no meio do mato, perto da estrada. Uma colheira vermelha o prendia em uma árvore, fiquei triste em pensar que tantas pessoas no mundo abandonam cachorros sem nem pensar no que lhes podem acontecer. Sem hesitar, caminhei até o cachorrinho e com cuidado o soltei. Ele latiu, e entendi como um obrigado. O pastor alemão ainda era pequeno, o que significava que não passava de um filhote. Talvez não tivesse mais do que seis messes de vida.
O peguei em meu colo e fiz carinho em sua cabeça.
- Calma, eu vou dar um jeito para que você fique em segurança. - falei a ele. - Você tem um nome?
Ele latiu, e preferi acreditar que não.
- Que tal te chamarmos de... - pensei um pouco. - Bailey?
Bailey latiu e pelo brilho em seus olhos, ele tinha gostado do novo nome.
Voltei para a estrada, a cidade não era tão longe, mas também não era perto.
- Vou te levar ao pet shop! Você vai ser tosado. - disse a Bailey.
No final, além de ser tosado, Bailey tomou banho, ganhou uma nova colheira azul e uma roupinha de segurança. Não fiz mais do que isso, quando vi as horas o relógio já marcava as sete. Agradeci a moça que cuidou de Bailey, paguei no caixa e sai correndo com o meu novo cachorrinho no colo.
No meio do caminho, dei uma parada para respirar adequadamente. A lua já estava alta no céu, e receei que já tivesse passado das sete da noite. De qualquer jeito eu acabaria levando uma bronca da Madre Esperanza e de dona Marie, ficaria de castigo.
Sentei na beira da estrada, com Bailey no colo. Fiquei fazendo carinho nele, alguns carros passaram. Bailey devia estar com sede e fome, além de frio. Conforme a noite caia, a temperatura baixava.
- Daqui uns minutos, nos vamos chegar em casa, Bailey. Só me deixe descansar um pouco, ok? - falei para a criaturinha de pelo escuro e fofo que estava no meu colo.
Depois de uns dez minutos eu finalmente me levantei, um carro preto encostou na pista. Continuei andando provavelmente era só mais um viajante querendo tirar um descanso ou um turista que teve um problema com o GPS. Ouvi passos largos e pesados, senti medo instantaneamente. Comecei a andar mais rápido e depois corri o máximo que pude.
Alguma coisa, alguém, me puxou com força para traz, apesar disso não larguei Bailey. O que fez a minha queda no chão ter um pior resultado. Se não fosse pela blusa eu teria tiro arranhões severos nos braços. As minhas pernas já não tiveram a mesma sorte, a saia do uniforme não me ajudou em nada, a dor de pequenos arranhões me atingiu, não era extremamente doloroso, o que me fez ficar aliviada. Alguma coisa me espetou no pescoço, senti um arrepio pelo corpo inteiro, minha visão escureceu e meu corpo ficou mole como gelatina.
×××
Heyyy! Uma fanfic nova, espero que vocês gostem, mas já aviso logo no primeiro Capítulo como já avisei antes: esta fanfic terá cenas de violência, sexo e linguagem implícita. Então se você não gosta de nada disso, ou algo do que eu disse ali, não leia.
É apenas isso mesmo. Não tenho dia marcado para postar capítulos, e raramente vou deixar uma mensagem como esta para vocês.
Espero que sintam a adrenalina nas veias, porque eu senti enquanto criei a história de Ivy.
Sonhem com um sequestro.
Beijos!
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Serial Killer
Fanfiction- Eu não vou usar isto - disse olhando a mim mesma no espelho. Um tapa forte atingiu o meu rosto, a dor se alastrou pelo lado direito, minha bochecha queimava. - EU NÃO TE DEI PERMISSÃO PARA FALAR! - ele gritou, irritado. Segurou meu rosto com as mã...