Coração partido

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Poppy acordou com borboletas no estômago, sentia que os acontecimentos da noite anterior fossem apenas um maravilhoso sonho, mas sua cabeça dizia que não, fazia tudo no "modo automático", porque pensava nele, no Poeta-Azul, pensava em como ele a fazia rir, sorrir, como a apoiava em quase tudo e estava sempre lá para ajudar.
Tronco mal sabia se estava sonhando ou se tinha realmente acordado, não fazia ideia do que estava fazendo, por causa da Arco-íris ... seu Arco-íris, que tinha devolvido sua felicidade, que tirou seu medo de cantar, que nunca tinha desistido dele ... não importasse quão idiota fosse, mas ... algo o incomodava.
Ela o esperava ansiosamente na borda do lago, ele chegou silencioso, roubou um beijo rápido dela:
— Bom dia, flor mais linda.
— Bom dia, poeta.
Se beijaram de novo, depois deram um abraço apertado:
— Então, e agora?
— Como assim?
— O que somos?
Se afastaram:
— Poppy, explique direito.
— Somos o que? Namorados? Amigos? Amigorados?
— Eu ... não sei.
— Por que você não sabe?
— Porque ... não sei se a idade ...
— Eu tenho 22 anos e você 25, como assim idade?!
— A diferença de idade!
— São só 3 anos! Podemos ser felizes!
— E todo o mundo? A mais feliz com o mais triste?!
— Não precisamos da aprovação de ninguém para amar.
— Mas e quando nos casarmos?! Eu não sei ser um rei!
— É o cara mais responsável e cauteloso que conheço, daria o melhor rei!
— Mas ... mas ...
— Por que está tentando dar desculpas!?
— Porque eu tenho medo de não ser bom para você!!
Soltou a mão dela, fitando o chão:
— Quer saber? Melhor esquecermos tudo isso, você merece alguém melhor do que eu ...
— Tronco ...
Ele deu meia volta e foi embora, Poppy estava prestes a cair em desespero:
— Tronco ... Tronco, Tronco, Tronco, volta por favor!!
Caiu de joelhos, chorando rios de lágrimas:
— Tronco, Tronco, volta aqui, AGORA!!!
Ninguém respondeu, escondeu o rosto nas mãos, agora mais sussurrando em tom de súplica:
— Tronco ... Tronco ... meu Poeta-Azul ... volta pra mim ... por favor ...
Ficou aos prantos por meia hora no mínimo, ajoelhada, o mundo caindo sem se mover, disse uma última vez, em um sussurro rouco:
— Meu amigo, meu melhor amigo, meu Poeta-Azul ... volta por mim ...
Ninguém respondeu, e uma coisa horrível aconteceu: começando do seu primeiro fio de cabelo, baixando até a ponta dos seus pés ... ela se tornava cinza ... mas ... não como quando estavam dentro da panela salvando todo mundo, era ... um cinza quase preto, tirou sua luva, o coração azul permanecia vivo,mas estava rachado, o pressionou fortemente contra o peito, chorando amargamente:
Eles ... não querem ... dizer que ... vão ficar ... f-ficar ...
     Nem conseguia terminar a frase, simplesmente não conseguia suportar o fato de que quem ela mais amava não podia estar com ela porque ... pensava não ser bom o bastante ...
     Usou a mínima energia que ainda corria pelo seu corpo para voltar para casa, os poucos trolls que a viam sentiam uma faca perfurando a alma! Ela andava chorando alto e devagar, repetindo a palavra "Azul" baixinho e insistentemente, até parecia mancar.
     Entrou na cápsula, mas não aguentou e caiu de joelhos de novo, não conseguia ver o lado positivo, nem forçar um sorriso, tudo tinha ido embora, junto ... com o seu Poeta-Azul!
Se jogou na cama, mas isso só a fez lembrar de quando seus amigos ficaram sem cápsula, e ficaram no abrigo do ... do ...
— Troo-o-oncooo!!!
Virou a cabeça, sua ... caixinha de música, a pegou, deu corda, a abriu, doeu seu coração ouvir a doce melodia, lembrava de quando ele a animou, de como recuperaram suas cores ... mas dessa vez ele não estava lá, e provavelmente ... nunca mais estaria, ela só olhava o objeto aos prantos, repetindo em sussurros:
— Meu Poeta-Azul ... meu Poeta-Azul ... eu perdi o meu Poeta-Azul ... meu único Poeta-Azul ...
     Não pense que Tronco ficou feliz, muito pelo contrário, ouviu os gritos dela e seu choro, mas continuou caminhando, as gotas salgadas caindo sem descanso, a amava com toda a vida ... mas não era o suficiente, não era o melhor, não era ... a perfeição que ele achava que ela merecia ...!
     Se apoiou na rocha na frente da entrada de seu abrigo para não cair, tinha deixado ela lá, sozinha, chorando ... realmente não merecia nem sua amizade, quando deu por si, já tinha entrado, olhou para as suas mãos, estavam ... cinza ... menos ... um coração rosa, rachado, do qual não fazia ideia do porque aparecera ... mas só o lembrou de Poppy, se ajoelhou, apertando sua mão contra o coração:
— Arco-íris ... o que eu fiz !!?
Viu de relance uma foto dos dois juntos, gritou, apesar de que ninguém lá fora ter conseguido escutar:
— Meu Arco-íris!!
     Foi até seu quarto e se jogou encima da cama, com a mais nova colagem em mãos, sem saberem, cantaram a mesma canção triste ao mesmo tempo, como se isso o/a trouxesse de volta:

(AUTORA: o clipe não tem nada haver com o que aconteceu, é só a música, busquei a mais triste que encaixava no contexto, ok? Ela fala mais ou menos o que eles sentiam, tanto que o nome é Broken - quebrado -)
     Passou uma semana, nenhum dos dois saiam, nem de sua cápsula, nem de seu abrigo, de noite, Poppy colocara um aviso na porta: "saia daqui, quero todos longe!!", e Tronco fez uma espécie de cerca de espinhos envolta da entrada, assustando a todos, nem para seu pai dava passagem:
— Filha, vamos conversar ...
— SAIA JÁ DAQUI!!! NÃO QUERO VER NINGUÉM ATÉ MEU ÚLTIMO SUSPIRO!!!
     Já com ele, nem respondia, apenas usava o Gary:
— Vamos, sou seu amigo — disse Guy Diamante
     Uma mola apareceu e lançou o brilhante para muito longe. Ele quase não saía da cama, cantava True Colors insistentemente, entre soluços, quem o visse, não saberia que era ele, pois jamais ficaria devastado por algo assim ... mas ficou!
     De um sonho foi para pesadelo, e os corações de ambos ... completamente despedaçados ...
Nota da autora: me doeu a ALMA escrever isso, ok!!? (chora pelo casal)

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