Prólogo

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Observei tudo a minha volta. Cada mínimo e máximo detalhe. Estavam quase todos os nossos amigos ali, no mesmo lugar; na sala da casa de Trina. Todos reunidos.

Eu não estava me divertindo totalmente, mas estar ali simplesmente me pareceu certo. Nunca me imaginei confiando totalmente nas pessoas ao meu redor. Quer dizer; sempre conheci Matt, Josh, Nik, Trina e os outros, mas nunca imaginei que um dia seríamos tão próximos como somos agora.

— Então, quando Sam ia dizer algo, todos nós demos as costas, e ele ficou com aquela típica cara de paisagem. — Trina contava a história em meio a risos.

— Não acredito que vocês realmente fizeram isso. — Claire praticamente gritava enquanto ria.

Trina e os garotos confirmaram com a cabeça, o que me fez soltar um riso nasalado.
O local inteiro, agora, estava sendo ocupado por gargalhadas escandalosas e expressões cômicas.

— Oi. — Brett cumprimentou a todos ao passar pela porta.

Não havia reparado o momento em que a porta havia sido aberta pelo garoto.

O olhar de Brett rapidamente caiu sobre mim. Uma verdadeira imensidão castanho-claro, quase em um tom esverdeado. E então, com aqueles olhos fixos em mim, finalmente havia me dado conta; Eu não sei em que momento aconteceu, muito menos como aconteceu, mas eu não poderia mais negar que meus sentimentos por Brett eram fortes, e cada pedaço de mim queria estar com ele em todos os momentos, mesmo que fosse por meros segundos. E, no fundo, eu sabia que isso não terminaria bem, para nenhum de nós, muito menos para mim. Mas já seria tarde e eu estava fodidamente apaixonada.

Em instantes o moreno diminuiu a distância entre nós, e seus braços levemente bronzeados envolveram o meu corpo gelado em um abraço acolhedor, aquele abraço qual eu tanto amava. Porém, desta vez, o mesmo não era tão caloroso, apertado e intenso quanto os outros.

— Certo. Chega de contato físico, vocês dois. — Matt dispara, o que fez com que todos sorrisem, exceto Brett e Lukka , que mantinham praticamente a mesma expressão séria.

Logo estávamos separados. Todos voltaram as suas mesmas conversas de antes e eu tentava o máximo possível prestar atenção, sempre respondendo com monossílabas quando necessário, mas algo me causava um grande incômodo. O tipo de incômodo que invade o peito e o aperta com duas mãos preenchidas por fiapos de madeira.

O tempo foi passando e nada mudou. Decidi que era ora de levantar, tomar um ar ou beber algo.
Levantei-me lentamente e caminhei até a cozinha. O clima estava leve à
algumas horas atrás, mas, desde que Brett chegou, tudo ficou diferente em mim, não era de um modo agradável, e acho que ninguém havia notado. Isso estava me deixando bastante preocupada.

O grande espaço da porta que levava diretamente a sala, acabara de ser preenchido por Lukka. O garoto me observa por alguns segundos, sorri e abre a geladeira a procura de algo.

— O que faz aqui sozinha? Cansou de ficar com o pessoal?

— Não, eu só... — Faço uma pausa e finalmente decido falar sobre aquilo que tanto me incomodava de uns minutos pra cá. — Brett está muito quieto, isso está me incomodando. Desde que chegou, ele vem agindo com indiferença.

Lukka fecha a geladeira atrás de sí e caminha em minha direção, parando ao meu lado com os braços apoiados no balcão.

— Sabe, ele gosta de você. Pra valer. — Seus olhos encontram os meus enquanto presto atenção em cada palavra. — Mas é difícil para ele lidar com esses sentimentos.

— Ele é muito complicado. Seria bom ter algo fácil na minha vida, para variar. — Digo por fim, agora fitando o chão.

Ouço Lukka soltar um longo suspiro. Ele têm sido muito compreensivo comigo em relação a Brett.

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