Coração tão só

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Despretensioso coração
Ao procrastinar a solução
Deixa-se vazio um pouco mais.
Bate por bater, sem pretensão
Obedece afinco sua razão,
Almeja somente a própria paz.

Desistente coração, tão só
Se cansou de só amar por dó,
Preferiu continuar sozinho
E então seguiu sem tanto nó,
Se refez do que restou, do pó...
Ficou sóbrio, protegido de carinho.

Mas, se ele te vir tão perto assim
Não será obediente a mim
Acelera e para num segundo
Instante eterno, não tem fim
Da esperança de ouvir um sim
Nesse teu silêncio tão profundo

Mas se ele te olhar assim de perto,
Lembrará do teu grande deserto,
Que secou as cataratas da paixão.
Lembrará que o amor era tão certo
Mas, por um destino incerto,
Preferiu lhe dizer não.

Volta a ser gelado, o coração
Esqueceu do toque dessa mão
Esqueceu o quanto o fez bem
Volta para a sua solidão
Porque a culpa da sua paixão
Já se apaixonou por outro alguém.

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