Capítulo II

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Esperei que Anderson chegasse, já eram oito da noite e nada dele e nem dessa moça. Até que ouço o barulho da maçaneta girar no andar de baixo e então a porta se abrir, saio no corredor do andar de cima e checo se é ele que está de volta.

- Nossa como você está linda hoje - ele se dirigia a ela enquanto lançava seu olhar de conquistador

- Obrigado - ouço a dizer em forma de agradecimento. - não consegui ver seu rosto direito, estava de costas aos pés da escada enquanto conversava com ele. Entrei no meu quarto e retoquei minha maquiagem, nada muito forte e nem leve demais. Apenas passei uma máscara alongadora e um batom cereja. Fiquei no quarto esperando até que Anderson me chamasse para conhecer a pessoa que ele trouxe para dentro da casa de minha falecida mãe. Entendia que ele não poderia ficar só para sempre, mas ele poderia ter esperado mais um tempo, três messes é pouco tempo para amar alguém de novo.

Estava deitada olhando algumas fotografia de quando era pequena e me lembrando de como era bom ser criança, de brincar nos parques e correr ao ar livre, ah como era bom! Sou interrompida em pensamentos quando ouço alguém bater a porta. Me levanto e vou ver quem é, mesmo imaginando quem poderia ser. Abro a porta lentamente esperando alguma palavra.

- Desça o jantar já está na mesa, quero que nos faça companhia! Não demore, pois quero que a conheça. Ela lembra muito a sua mãe!- dito isso ele virou-se as costas e sai descendo por toda aquela escada em forma de caracol, mas não tão estreito.

Fiquei pensando, parece mamãe de que jeito? Ela era atenciosa como mamãe, ou apenas supria as necessidades de Anderson e isso apenas era o que valia a ele? Calcei meus sapatos e desci até a sala de jantar, chegando mais perto pude ver uma mulher loira corpuda que aparentava ter seus 40 anos e nada mais, podia a ver até mais nova.

-Boa noite - a cumprimentei e estendi minha mão para ela

-Boa noite querida, Elvira Lang, você deve ser Marie isso? - ela estendeu sua mão e retribuiu o cumprimento. Eu apenas assenti positivamente afirmando quem ela me perguntou ser.

Sentei ao seu lado na mesa de jantar e esperei até que Anderson nos servisse, ele queria passar uma boa impressão para essa mulher então encomendou uma lagosta e um macarrão italiano do Sr. Vitor Gunther, comprou também o melhor vinho branco que vendiam por lá, vi quando todas as coisas chegaram. Sorte a dele que foi dez minutos antes dele chegar.

Achei que ele me pediria pra fazer algo, mas como sua demora foi grande e ele provavelmente não conseguiu passar em algum mercado optou por comprar algo de boa qualidade. O jantar estava sendo delicioso, ele contava-lhe coisas de sua adolescência e ela ria de suas atitudes de menino levado, ela dizia que fazia algumas coisas igual a ele, como tocar a campanhia de alguém e sair correndo logo em seguida, dessa vez quem esboçou um sorriso foi eu. Demos continuidade a conversa e era vez de Elvira se pronunciar, ela contava sobre o seu trabalho e como algumas pessoas não conseguiam se concentrar, dizia que o desespero deles eram tão grande que acometia até mesmo o consciente.

- Mas do que você trabalha? - perguntei a ela e recebi um olhar duvidoso de Anderson

-Trabalho com terapias hipnóticas! Levo pessoas onde elas jamais pensaram em ir novamente ou nunca foram, consigo fazer com que sintam gosto de alimentos preparados pelos avós falecidos e muitas outras coisas

-Você consegue fazer essas pessoas verem gente morta?- pergunto um tanto que encucada com o que ela fazia

- Se o meu paciente já viu essa pessoa com certeza eu consigo fazer com que ele veja, sem problemas

- Isso parece mágia, meus Deus! - Como assim ela poderia fazer os próprios paciente ver pessoas mortas? Será que ela é algum tipo de bruxa, ou amiguinha do Diabo?

- Você deve estar aí pensando em um milhão de coisas, mas tenha certeza de uma coisa - deu um leve sorriso e continuou - isso não tem nada haver com magias ou bruxarias, isso tudo faz parte do nosso subconsciente, se ele recebe uma mensagem ele logo em seguida faz ela, ou apenas armazena e executa tempos depois

Eu realmente não estava entendendo nada do que ela estava falando, gostaria de passar um tempo ao seu lado para aprender mais sobre tudo isso de hipnose, seria legal e eu poderia me ver um pouco longe de casa já que quase não saia.

- Se quiser ir um dia ao meu consultório para receber uma consulta grátis esse é o meu cartão - Esticou o braço em minha direção e me entregou um cartão. Foi como se ela estivesse lendo os meus pensamentos, gostei disso agora que quero aprender mais e mais.

- Obrigado irei sim - Dito isso olhei diretamente para Anderson que parecia não ter gostado do convite que Elvira me fizera.

Terminei o jantar e retirei a mesa, logo em seguida trouxe as sobremesas, comemos muito e demos continuidade às travessuras de adolescência de Anderson e Elvira. Eram umas coisas mais engraçadas que as outras. Terminamos a nossa primeira noite muito bem, gostei dela e realmente ela tinha traços parecidos com o de mamãe era uma coisa impressionante de ser ver.

Talvez ela ainda não conheça realmente quem Anderson e no fundo - bem lá no fundo mesmo- ela se importa com ele e com o fato de tudo poder dar certo para todos, para eles.

Acompanhei eles até a porta de entrada e observei ambos entrando no carro e se arrumando para irem embora, esperei até que o carro desse partida e virasse a esquina e entrei novamente em casa me sentando no sofá e pensando em absolutamente tudo o que aquela mulher falara, tudo muito interessante e que aguçou minha curiosidade.

O sono foi me pegando de jeito e meus olhos já haviam começado a se fechar, antes de cair completamente adormecida no sofá eu subi e fui para o meu quarto, coloquei meu pijama e fui escovar os dentes. Deitei na cama e dormi completamente, o sono me segurava como uma mãe segura seu bebê no colo: com conforto e segurança.

O voto e comentarios é muito importante ao final de cada capítulo, me estimula a escrever mais e saber se estão a gostar ou não.

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⏰ Última atualização: Mar 06, 2018 ⏰

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