Midnight thoughts

Your turn

Dividido no meio o mundo estava. Norte e Sul. Quente e frio. Eu e você. A neve aqui caia gelada na ponta do meu nariz enquanto o sol batia forte no seu rosto. Mas e se a gente dividisse entre leste e oeste? Noite e dia? Eu e você? Seguimos distantes. Seguimos separados. Seguimos sozinhos. Mesmo se a terra estivesse rodando no sentido horário, ou até para o anti-horário. Se estivesse condenado a ficar de cabeça para baixo ou normalmente para cima, nós estaríamos condenados a ficar na mesma mesmice. Talvez sejamos egocêntricos demais para tentar algo novo e fugir das nossas próprias barreiras, porque no final das contas, o que são limites? São linhas que nós impomos para nos separar do que exatamente? Por hora, o limite equatorial me separa do calor, me separa da continuação do continente, me separa de casa, mas mesmo assim me aproxima do futuro, da independência, de experiências, e de uma nova definição de casa. E o limite longitudinal? O meridiano de Greenwich me separa de um novo dia, de culturas novas, e o pior de tudo, de você. Ele divide o mundo ao meio, sempre me lembrando que estamos opostos nesse geoide que chamamos de lar. Mas também essa divisão me ensina a viver sem você. Sem sentir seu calor, ouvir sua respiração, ver seus olhos brilharem, admirar sua risada. Difícil te esquecer. Mais difícil ainda te pedir para ficar. Aprendi quando menor que o limite era a linha que eu não podia passar. Agora quanto adolescente optei por desconhece-los. Quando for adulta, criarei eles. Mas talvez sejamos crianças demais para entender o significado dessa separação. Não serão os trópicos ou os meridianos que estão me fazendo ficar onde eu estou, e sim, você. E como uma boa jogadora vou ficar atrás da linha que você desenhou. Quando precisar de mim, estarei do outro lado do oceano, para cima das montanhas, ao lado do lago, esperando por você. Sempre fui muito boa no jogo dos limites, e você? Quer realmente tentar brincar?