• Day 1 •

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— Nada de fugir das aulas, se meter em confusão, xingar a supervisora e pelo amor de Deus minha filha, ficar o mais longe possível de Ayla!

Revirei os olhos, sem conseguir conter o sorriso sarcástico que se formou em meus lábios.

— Estou falando sério, já basta a confusão que você fez o favor de aprontar no ano passado, esse ano não, pelos céus, não Charlie!

Drama é umas das sétimas coisas mais detestáveis em minha vida. Mas nenhum na face da terra consegue ser pior do que a de dona Raquel, vulgo, minha querida mãe.

— Por mim eu não veria aquela sem noção nunca, mas infelizmente, aquela assombração sempre insiste em se meter no meu caminho

Abri a porta ao meu lado, pronta para sair, mais antes que pudesse prosseguir, sou interrompida com os braços de minha mãe me apertando.

— Você sabe que eu te amo meu docinho!

Junto com minha careta ao escutar meu apelido de infância, uma gargalhada gostosa, daquelas que você deseja ouvir todos os dias surgiu, me fazendo desgrudar dos braços de minha mãe no mesmo segundo, sai do carro procurando com os olhos o ser dono da risada, mas tudo que vejo são milhares de alunos pra lá e pra cá que nem baratas tontas, com a animação do primeiro dia de aula.

Dei de ombros, me virando novamente para o carro.

— Eu também te amo sua ridícula!

Mostrei a língua a dona Raquel, fechando a porta do carro em seguida.

— Bons estudos, fique longe de Ayla e se não der, pelo menos não a mate

O carro foi ligado, me fazendo afastar alguns passos.

— E RIDÍCULA É SUA MÃE!

Ri enquanto a olhava se distanciar com o carro.

•••

Então, era a hora.

A alguns anos atrás, pisar no colégio Matrix era um sonho quase impossível. Eu sempre tive boas notas, mas nunca boas ações, e esse é uma das grandes razões por todos duvidarem que o grande – e único – colégio particular de Clonward fosse aceitar a pior aluna de toda a cidade. Ok, talvez isso seja um grande exagero, mas foi assim que fiquei conhecida por todos depois de ter causado um quase incêndio na escola pública.

Em minha defesa, os motivos são plausíveis.

Eu não poderia imaginar naquela época, que tentar acender um cigarro escondido atrás da cortina da sala de aula, poderia quase ter matado todos os alunos.

Mas deixando o passado para trás, lá estava eu, totalmente sem ânimo para dar um passo adiante, e entrar depois de dois meses de férias de toda aquela merda, no colégio apelidado carinhosamente por mim como "inferno".

— Precisa de uma ajuda...

Aquela voz não era familiar, mas eu sentia por alguma razão que era.

Docinho?

Ah claro, o dono da risada resolveu aparecer.

— Se você tem amor a vida é melhor não repetir isso

Sem ao menos fazer questão de o olhar, continuava em uma guerra interior buscando coragem para mover os pés e finalmente entrar no colégio.

— Nossa, com certeza não era essa a resposta que eu esperava de um... Docinho

Existe pessoas que realmente, não tem medo do perigo.

No caso, o perigo, sou eu.

— Aposto que também não espera uns socos na ca...

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⏰ Última atualização: Feb 04, 2021 ⏰

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