Eram seis horas de uma manhã bem ensolarada de sábado. Estava exausta, mas mesmo assim deixo a cama e caminho em direção ao quarto da minha filha mais nova. Carmen completara um ano na noite anterior e havíamos feito uma festa imensa para ela, como eu nunca havia tido em minha infância.Com um sorriso assisto por alguns minutos seu sono, imaginando as coisas que muito estranhas em que ela poderia estar sonhando nesse momento. Essa era uma das coisas que mais amava fazer pela manhã. Vê-la dormir. Poderia passar horas a fio observando sua barriguinha subindo e descendo, a forma como ela escondia os olhos do sol com sua pequena mãozinha, seu rosto sereno. Tudo. Tudo nela me encantava e me fazia sorrir.
Mas, como nem tudo são flores, saio do quarto da pequena plantando um beijinho em sua testa e caminho até a cozinha pronta para preparar o café da manhã. Esse era uma das outras coisas que amava fazer. Cozinhar para minha família. Ficava feliz em ter eles ali, comigo, comendo e conversando. Me fazendo sorrir e tornando-me completa.
Passo ainda sonolenta pela pequena sala estranhando uma das cortinas estarem abertas e, mesmo assim, continuo o caminho para a cozinha da casa. Meu coração dispara com a sena da minha princesa mais velha sentada em uma das cadeiras, com os cotovelos na mesa e o rosto cobertos pela mão. Ela estava chorando. Conseguia ouvir o barulho.
Não sabia o que aconteceu, mas sinto mesmo assim, meu coração quebrar.
— Amélia. — tento controlar o desespero em minha voz. — Está sentindo algo? — minha filha mira seus olhos vermelhos em mim, analisando minha figura a sua frente, antes de começar a chorar novamente.
Meu Deus, o que está havendo?
— Estou, mãe. — sua voz saiu entrecortada. — Dói muito. — miou fragilmente.
Desespero me resumia nesse momento.
Corri atropelando tudo que estava a minha frente e ajoelhei-me em frente a minha linda a adolescente. Amélia tinha apenas quinze anos, mas era uma menina maravilhosa e a responsabilidade dela me surpreendia até hoje.
— Aonde, pequena? Diz para a mamãe. — pedi.
Seus olhos vermelhos e doloridos encontraram os meus.
— Aqui, mamãe. — apontou para o próprio coração. Oi? Ela está tento um infarto? — Eu o amava tanto. — lamentou-se voltando a enterrar seu rosto na mão.
Minha cabeça ainda estava bagunçada pela névoa de desespero. Estava confusa demais para mover um músculo sequer. Meu consciente trabalhava a mil por hora procurando o "x" da equação e quando finalmente o achou quis cometer um assassinato.
Dominic.
Minha mente apontou o nome do namoradinho infeliz da minha pequena filha. Uma paixão de infância que acabou se tornando um namoro – até agora – sério. Sim, ela era apenas uma criança. Eu sabia disso, mas apoiava suas decisões e ela sempre dividiu os seus sentimentos comigo.
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Por amar você.
RomanceNunca conseguiremos provar o amor em sua plenitude se não amarmos a nós mesmos primeiro. Um conselho de mãe vale mais que mil conselhos. Uma história de amor vale mais que mil estórias. Quem disse que o amor verdadeiro precisasse de um "felizes p...