Olimpo Profano

Capítulo 3 - Virgens Profanas

Fidel estremeceu. Aquela frase que ele acabará de ouvir, foi muito mas assustador do que qual quer coisa que ele já tinha escutado. Automaticamente um calafrio subiu por todo o seu ombro e indo até o pescoço. Sua barriga e suas entranhas se reviraram de tal modo que ele estava preste a vomitar. Mas como vomitaria naquele momento? O seu sangue praticamente estava congelando, seus olhos estava tão arregalados pelo medo que parecia que ao qual quer momento eles saltariam para fora. Sentia em torno de si um frio tão desesperadamente apavorante que a única coisa que ele queria fazer naquele momento era se enroscar em torno de si mesmo em um canto escuro com a cabeça para baixo, sem vê a ameaça que estava por vim, como são nos filmes de terror.

Ômega, quando se olhava tinha uma aparência de um ser misterioso e de poucas palavras. Era alto e usava um terno branco com uma calça branca e sapatos pretos. Sua pele era negra e seu cabelo de um corte baixo e reto. Tinha um rosto comum mas algo em sua fisionomia e seu jeito de ficar em pé era suficientemente ameaçador. Em Fidel não havia dúvidas de que aquele homem não seria quem ele pensava que fosse. Ninguém em toda UNTHERAK teria a aldácia de se passar pelo deus das trevas.

Fidel e Kenny rapidamente ainda sentados no chão com as mãos cheias de terras, empurraram com os pés a terra da cela para se afastarem o mais rápido possível do senhor da escuridão, o grande inimigo declarado da Virgem Escriba. Ômega parado do outro lado da cela, deu um sorriso de canto e já olhava pra Fidel como se soubesse quem ele era, e ele sabia. Ômega deu um passo mais próximo da cela, e ficou com o seu rosto perto dos portões de ferro, logo atrás dele os três Redutores ficaram parados com os braços cruzados observando. Ômega então levantou suavemente sua mão direita e ergueu os dedos indicador e médio, como fazendo um número dois na mão. Ele parou e observou. Logo em seguida ele moveu os dois dedos para cima. Neste momento uma força gravitacional e inexplicável em todo do corpo de Fidel se apoderou dele, parecia que a qual quer momento todos os seus ossos poderiam ser inteiramente quebrados se assim o deus das sombras quisesse, um aperto tão forte se revestia em todos de seu coração deixando o peito de Fidel extremamente doloroso. Então o corpo do garoto lentamente começou a levitar no ar. Fidel movia os braços e pernas descontroladamente no ar na expectativa de conseguir agarrar em alguma coisa, não conseguia por algum motivo gritar ou falar nada, assim todo o corpo de Fidel estava reto e em pé, a mais ou menos uns trinta centímetros acima do chão.

Ômega moveu os dedos rapidamente em direção ao seu rosto, como se puxasse Fidel para perto. Então em um solavanco de velocidade, o corpo imóvel de Fidel se moveu até porta de entrada da sala, passando debaixo do círculo de vidro que ficava em cima da cela e iluminava metade do espaço. Fidel estava paralisado e morrendo de medo do que podia acontecer, ele olhava para Ômega bem a sua frente e não sabia o que pensar.

-Então você realmente existe? -Disse Ômega admirado. E com uma voz tão indefinível que causava pavor em quem a ouvisse. -Eu não sabia se era verdade, até sentir você tão vivo e tão forte andando pela ruas imundas desse mundo. Sua presença era tão pífia quanto qual quer ser desprezível que em sua insignificância tenta sobreviver neste grande campo de lixo chamado UNTHERAK. -Concluiu Ômega.

O deus girou os dedos para o lado, passando o indicador por cima do médio. Fidel então sentiu uma energia correr por seu corpo e seu pescoço começou a girar para o lado lentamente como se alguém o estivesse empurrando. As veias saltavam sob a pele dele e cada vez mais a dor aumentava.

-Você não tem nem ideia do que o simples fato de você respirar significa. -Falou Ômega. Os olhos do deus das treva começaram a ficar vermelhos e em sua pupila uma pequena luz laranja começou a surgi, Fidel não conseguia ver direito mas tinha quase certeza que era como se uma pequena chama ardia em seus olhos, como se mostrasse a alma do mal, a essência das trevas, um portal para o inferno.