Prólogo

8 0 0
                                    


–Lucy Carter? – uma mulher loira que aparentava vinte e poucos anos, com olhos heterocrômicos chamou Lucy, uma jovem também loira de dezesseis anos. Ambas eram muito parecidas, para Lucy era como olhar-se no espelho e para a jovem moça era como olhar para seu eu passado.

– Você é Lucy Carter, estou certa?

–Sou e posso saber quem é a senhorita? – questionou com uma de suas sobrancelhas erguidas – E como sabe meu nome?

A jovem moça sorriu, abriu a bolsa que segurava e puxou um livro de capa dura.

–Se você vier comigo suas perguntas serão respondidas, até mesmo aquelas que você ainda nem sonha em pensar – virou-se de lado e apontou para uma biblioteca, ainda com um sorriso em seu rosto – podemos?

Desconfiada, Lucy segurou firme na alça de sua mochila e seguiu a mulher até a biblioteca mais antiga da cidade. Ao chegar foram recepcionadas por olhares de todos os tipos e Lucy não conseguia acreditar no que via, já estivera naquela biblioteca antes e nunca viu o que seus olhos viam naquele instante, era mágico! E todos as olhavam enquanto caminhavam biblioteca adentro, os olhos de Lucy captavam cada olhar, cada cheiro e cada fala que era cochichada sobre elas. De fato estava feliz, sempre achou que ela e seus irmãos fossem únicos, nunca vira outros como eles, mesmo que não fossem iguais.

–Que lugar é este? E não me adianta dizer que é apenas uma biblioteca porque eu já vim aqui antes e esse lugar nunca foi assim! Principalmente as pessoas, nunca teve essa quantidade de gente, muito menos com olhos dessas cores.

–Ora – sorriu enquanto sentava-se numa poltrona bastante afastada de todos– aqui é uma biblioteca, mas não é a biblioteca que você vem pelo menos duas vezes por semana. No entanto é exatamente no mesmo lugar, na verdade a biblioteca que você vem visitando é magica, esta aqui é a original.

–Como assim? A biblioteca da cidade é a mais antiga que tem por aqui, ela tem quase cento e cinquenta anos!

–E essa tem em torno de trezentos e cinquenta e oito.

Os olhos de Lucy se transformaram num misto de duvida e incredulidade, enquanto olhava ao redor imaginando se aquele lugar, muito bem cuidado, podia realmente ter três séculos, enquanto a biblioteca da cidade parecia estar caindo aos pedaços.

–Você pode me dizer, exatamente, como esse lugar existe? E por que eu nunca soube da existência?

–Sente-se criança, você vai se cansar até que todas as suas perguntas sejam respondidas – seus cabelos antes presos em um coque bem feito, foram soltos e caíram em cascata por sobre seu ombro coberto por uma fina blusa de mangas pretas combinando com a saia tubo que usava – se você as resposta quiser ouvir, sua mente deve abrir.

–Como é? Se eu quiser respostas eu devo abrir a mente? E outra coisa como devo chama-la?

A incredulidade de Lucy era tanta que divertia a moça mais e mais, tanto que a mesma levantou-se de sua poltrona e caminhou até ela, deu o livro de capa dura em suas mãos e caminhou para longe enquanto era seguida pelo olhar confuso da menina. Avaliando a situação em que se metera Lucy pensou no motivo de estar naquele lugar e no por que daquela mulher ser tão parecida com ela, incluindo seus olhos, então abriu o livro que tinha em suas mãos e descobriu algo inacreditável, era um álbum de fotos e não parecia ser um álbum qualquer era mágico, completamente mágico, pois via a si mesma em lugares e com pessoas que nunca antes vira ou estivera antes.

–Vejo que suas perguntas acabam de dobrar – riu um pouco a jovem senhorita com uma poltrona em mãos – pode me ajudar aqui? É um pouco pesado.

–Claro.

Ambas carregaram à poltrona e posicionaram uma de frente para a outra com um espaço o suficiente apenas para se levantarem e sentarem-se sem dificuldades. A jovem sentou-se em sua poltrona e pôs as pernas para cima e esperou que menina fizesse o mesmo. Ansiosa por respostas Lucy sentou-se na outra, tirou os tênis e cruzou as pernas em cima da poltrona, folheando as paginas do álbum, ela ficava cada vez mais confusa, então olhou para cima e entregou o álbum nas mãos da dona.

–Vamos a primeira pergunta – folheou as paginas do álbum – e então pequena Lucy, qual vai ser a primeira pergunta?

–Qual o seu nome?

–Me chamo Verônica – ela sorriu olhando nos olhos de Lucy – Verônica Rafael.

–Como? – indagou com uma sobrancelha erguida – Verônica Rafael?

– Exatamente, ou você achou que somos parecidas por simples coincidência?

–Isso é um pouco estranho, então você é minha prima? – Verônica levantou uma de suas sobrancelhas e soltou uma gargalhada – O que foi?

–Nada pequena Lucy, nada. Agora eu tenho uma pergunta para você – Lucy apenas concordou com a cabeça – Por que motivo esconde seu olho?

Surpresa com a pergunta Lucy se engasgou com sua própria saliva.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Eu queria terminar dizendo que essa história não está terminada e que esta é, na verdade, uma experiência para saber se vai ter uma boa recepção, ou seja, não sei quando e se eu vou postar o capítulo 1. De qualquer maneira eu espero que vocês comentem e me digam sobre o que eu posso melhorar nela okay? beijo beijo

O Fardo do AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora