O Homem dos Meus Sonhos - (AMOSTRA GRÁTIS)

Capítulo 2

Dois dias depois, subi para o 10º andar, onde ficava o jurídico da empresa e procurei pela sala de Alex. Eram 7h50 da manhã e ele já estava em sua sala digitando freneticamente enquanto o salão vazio ecoava o som baixo das teclas.

- Bom dia! - Disse parando na porta e esperando ele me dar alguma atenção. Segundos depois ele levantou a mão, sinalizando que eu deveria entrar, esperar e não interromper como se eu não merecesse sequer um cumprimento.

Típico de Alex.

A primeira vez que vi Alex, tive um impacto tão grande que derrubei todas as pastas que estava segurando como em uma daquelas cenas de filmes em que a mocinha conhece nosso protagonista por um esbarrão e eles se apaixonam à primeira vista.

Não foi o que aconteceu, obviamente. Eu saia do elevador e ele esperava para entrar, lindo, com uma aura dominante que atraia o olhar e me distraiu o suficiente para eu parecer uma desastrada.

Alex abaixou para me ajudar e riu quando encontrou meus olhos, me deixando vermelha como um tomate. Achei que ele era simpático e prestativo, mas dias depois, soube por Stacey, a secretária, que ele fez um comentário sobre minha "estupidez" e "falta de jeito".

Eu o detestei de imediato depois disso, mesmo que ele seja esse misto de pessoa ácida e simpática, Alex apenas me desagrada.

Ótimo de olhar e impossível de conviver, eu refleti ainda esperando ele prestar atenção em mim. Menos de dois minutos depois, ele parou de escrever, respirou fundo e levantou os olhos para mim.

Ele era lindo e seus olhos cinzas faziam parte do jogo. Sempre me sentia menor perto dos genes dos Blake, já que os Wesleys tinham apenas cabelos e olhos marrons normais e correntes.

- Bom dia, Sabrina! - Alex disse com um sorriso no rosto - Posso ver que o Daniel conseguiu abrir mão de sua empregada estrela. Estava ansioso pela sua chegada.

- Daniel não explicou muito bem o projeto, só disse que vamos repassar toda a carteira de clientes, incluindo os novos que fechei no último mês.

- Exato, preciso da sua ajuda nisso, baby.

- É Sabrina - disse sem me conter enquanto o encarava.

- O quê? - Ele me perguntou confuso.

- Você me chamou de baby, meu nome é Sabrina, não gosto de apelidos.

- Ok - ele riu - posso te chamar de Rina ou esse é um apelido proibido?

- Sabrina ou senhorita Wesley está muito bem - Disse fingindo que não percebi que ele decidiu encurtar meu nome para um "Rina" como provocação.

Ele começou a apresentar o plano do que deveríamos fazer na próxima semana e lembrei porque ele fazia parte do negócio.

Alex era incrível e tinha uma grande visão do que estávamos fazendo e estava impressionada com a sua inteligência. Começamos a trabalhar, comigo ignorando todas as suas gracinhas e estava impressionada com a nossa produtividade. Na metade do dia tínhamos um plano de ação e se tudo desse certo, eu me livraria dele dentro de três meses.

- Como foi o primeiro dia? - Perguntou Hannah do nosso pequeno apartamento. Eu dormia no sofá-cama enquanto ela ficava no dormitório por uma escolha minha. A perna dela amanhecia rígida dependendo da forma em que ela dormia e me esforçava para dar o melhor para ela.

Hannah odiava isso, mas aprendeu a aceitar que eu venceria nessa discussão.

- Ele é exatamente como achava que era, mas é tão incrivelmente inteligente. Acho que ele pode ser uma boa oportunidade para eu crescer.

- Isso é ótimo, irmãzinha! Você sempre reclama que esse seu chefe não valoriza seu trabalho, que você faz a mesma coisa há anos e...

- Daniel não é assim.

- Lá vamos nós de novo - Hannah disse me encarando com uma ruga na testa - Santo Daniel não faz nada, não é?

- Hannah, não é assim!

- É assim, sim. Você não percebe que ele não valoriza seu trabalho, que ele adora que você faça o trabalho duro. Ele não é uma pessoa ruim, mas está longe de ser essa pessoa incrível que você diz que é. Aposto que ele não deve nem saber seu sobrenome.

- Hannah!

- Aproveite esse irmão mais velho, a internet me mostrou que ele é incrivelmente bonito.

- Ele é... e um babaca.

- Bad boys reformados e etc.

- Eu quero distância dele, Hannah. Enquanto ele se comportar, me comportarei também.

Nos dias seguintes, mergulhei nos nossos dados e, apesar de uma brincadeira ou outra, Alex foi uma pessoa exemplar, muito melhor do que nesse primeiro dia. Ele se comportou no final das contas.

Quer dizer, mais ou menos.

Ele ainda insistia em me chamar de "Rina", mas de resto, não fazia nenhuma piada às minhas custas, o que já era alguma coisa.