2. the beginning

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10 anos antes

— Minha avó veio de novo com aquela conversa estranha, ela não acha o Pat boa coisa. — A avó de Naomi se autodenomina feiticeira, e segundo ela, Patrick tem sangue ruim, mas minha amiga tem quase certeza de que isso é fruto da rixa entre a avó dela, com a do namorado.

— Ela acedente incenso, toda as vezes que ele vai lá em casa, por causa da energia dele. — Ela faz aspas com as mãos, ao falar a palavra "energia". — Estamos pensando em dar um jantar em família, e talvez a avó dele vá, como eu vou fazer? E se elas começaram a brigar, Ava?

— Nesse caso, você grava. Eu não perderia a oportunidade de ver duas vovós brigando. — A encaro, mas sem aguentar mais tempo, damos uma gargalhada alta, imaginando a cena.

— Ei, vocês duas, aonde pensam que vão sem mim? — Polly nos agarra, sorridente, enquanto vamos em direção ao laboratório.

Nós somos aquelas amigas de anos, que se conheceram ainda pequenas, e desde então, não se desgrudam mais, mesmo que sendo totalmente opostas.

A mais diferente é Polly. Ela é perfeita em tudo que faz, seja estudando, namorando, ou praticando alguma coisa. Eu não me surpreenderia se as melhores faculdades do país brigassem para terem ela em seu corpo discente. Com cabelos encaracolados, dourados como seus olhos, e uma pele tão pálida quanto uma folha de papel, ela não se parece em nada comigo.

Já eu e Naomi, apesar de tudo, temos mais em comum. Quer dizer, não em aparência. Naomi é descendente direta de japoneses, linda, com cabelos negros esvoaçantes, e um sorriso de dentes perfeitos, ela parece até mesmo uma super modelo.

Eu nunca me considerei feia, mas não tenho nada de tão extraordinário como essas garotas.  Meu cabelo é curto, de um tom castanho, minha pele dourada, como a da minha mãe, mas minhas bochechas sempre dão um jeito de atingir um tom rosado.

Talvez a minha maior qualidade, além de me virar na cozinha, seja ser boa em esportes. No ano passado, corri uma maratona inteira, e pretendo participar de uma corrida espartana ainda esse ano.

O sinal nos obriga a ocuparmos nossos lugares, mas ainda falta uma pessoa.

O Sr. Wilson entra pela porta, e de fininho, Diana entra na sala por suas costas, fazendo com que todos segurem o riso.

— Srta. Foster, seus atrasos estão se tornando cada vez mais frequentes. — O homem na casa dos 50, põe seus livros em cima da mesa, cruzando os braços, para olhar para a menina.

— Você não pode perdoar uma pobre menina? — Nem mesmo ele, o professor mais rabugento dessa escola, ignoraria um pedido vindo dela.

— Tome seu assento, Foster, e sem falar mais nada, esse é meu aviso. — Os cantos de sua boca se ergueram, seu olhar logo encontrando o meu. O sorriso de Diana não diminui, mas as duas esferas verdes logo desviaram, fitando o chão. 

Em passos preguiçosos, ela se aproximou da fileira em que eu estava, suavemente roçando os dedos por todo o comprimento do meu antebraço, me torturando silenciosamente. 

— Bom dia. — Um arrepio familiar me atingiu, quando a boca de Diana sussurrou ao pé do meu ouvido.

Mordo o lábio inferior, ciente das intenções dela.

Ela me quer louca.

Dias atuais

Até tentamos comprar os ingressos para assistir o jogo dos Rangers, no Madison Square Garden, mas eles custariam uma fortuna, então optamos por assistir tudo na televisão enorme do apartamento nem-tão-enorme-assim de Ross.

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⏰ Última atualização: Feb 22, 2018 ⏰

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