Cubana

Latin Crazy

Justin Bieber-Atlanta,Georgia- um mês depois-mansion-22:05 PM. 

Há pouco mais de três anos, minhas sextas feiras se resumiam em assinar documentos, assistir jogos, e ficar andando pela casa. Quando estava muito entediado, e sentia falta de um bom orgasmo, ligava para alguma prostituta de luxo que assim que saciava minha sede por sexo, saia de minha mansão novamente me deixando sozinho naquele imenso lugar, qual so piorava minha solidão por ser tão grande e sem vida.

Mas naquela sexta em questão, recebi mais de 300 mensagens — 328 para ser mais exato —, além de incontáveis ligações dos únicos que eu realmente podia chamar de amigos,  minha família de alma. Em todas essas mensagens e ligações, eles pediam, imploravam e até mandavam eu me arrumar para ir em uma boate de stripper localizada no sul de Atlanta, ou seja, a área mais pesada de minha querida cidade.

Passei longos minutos fitando o iPhone banhado a ouro repousado sobre minha mão enquanto pensava se devia ou não ir naquele lugar. Não tinha como negar, aquele tipo de lugar me trazia recordações demais, me fazia lembrar do que um dia eu já fui, e só Deus sabe o quanto eu queria apagar aquilo de minha memória. Era uma tortura lembrar de tudo aquilo. E admito, tinha medo sim ter medo de voltar a ser o homem que era , de cometer os mesmos erros que cometia todos os dias, de retomar com os vícios que levei longos dias e noites para me livrar. De virar o mesmo monstro que machucou as pessoas mais importantes de minha vida...

Mas... Seria apenas um noite entre amigos, em uma boate com coisas que eu gostava, bebidas, mulheres magníficas, música. Eu preciso me divertir, preciso voltar a viver, com precaução claro . Eu não preciso me isolar do mundo, pois seja o que for, eu só tenho 22 anos.

Perfeccionista era uma das palavras que mais me resumiam, assim como vaidoso, eu sempre levava horas para arrumar meu cabelo, eu parecia uma mulher na verdade, mas me dava uma coceira ver que o topete não estava perfeitamente alinhado sem nem um fio rebelde atrapalhando tudo. Os caras não paravam de me mandar mensagens dizendo que eu estava demorando demais, porém ignorei a todas. Eu tenho um tempo para me arrumar, ou eles acham que ser esse Deus grego é fácil?

Enquanto descia as escadas, usava as mãos para arrumar a corrente corrente de ouro puro, uma das minhas favoritas por sinal. Era libertador me vestir como um cara normal de 22 anos, solteiro, não como um empresário de 22 anos que tinha toda a responsabilidade de carregar a maior empresa do país nas costas. Era tão bom não ter uma gravata me enforcando, um terno me apertando, sapatos destruindo meus pés, a sensação era tão boa e satisfatória.

Era bom ser normal.

Girando a chave em meu dedo indicador e assobiando uma melodia qualquer que dominava minha cabeça naquele momento, caminhei até a parede em que se localizava o receptor, apaguei as luzes vendo a escuridão reinar na mansão e me retirei da mesma pela frente. Dei alguns passos até chegar em meu novo Audi r8 spyder, assim como todos os meus outros carros, preto, e modelo conversível, mesmo que eu não gostasse tanto desse tipo de carro.

Nao achava muito seguro. 

Já dentro do veículo com aquele cheirinho bom de carro novo, afundei o pé no acelerador, voando para fora do condomínio e em questão de segundos, pelas ruas iluminadas de Atlanta. Na rádio tocava a música Borro Caccette- Maluma, minha mente automáticamente me fez lembrar de minha nova secretária, e foi impossível não sorrir com malícia ao recordar de suas roupas uma mais provocativa que a outra. Agora era mais divertido ir trabalhar, pois poderia ver aquele monumento de mulher desfilando pelos corredores de minha querida empresa. 

Não negava estar fascinado por aquela mulher, mas céus, como não ficar? Seu sotaque era coisa mais excitante do mundo, uma voz tão doce, com uma ponta de inocência misturada com malícia, seu modo sexy e confiante de andar, o jeito que seu quadril largo se movia enquanto ela desfilava pelos corredores, o jeito que ela se esforçava para me mostrar seu melhor