– [Nome], que bom que chegou! – Comemorou Riko assim que avistou a figura da amiga passar pelo refeitório com uma bandeja com seu lanche em mãos. Um amontoado de doces e alguns lanches saudáveis como sanduíches e suco, como sempre fizera. A garota ainda se perguntava como ela conseguia comer tanto assim de manhã. – Achei que ia ficar presa por causa do Conselho... – Comentou indo para o lado, dando espaço para que a amiga se sentasse ao seu lado, o que não demorou a ser feito já que a garota estava a menos de duas mesas de distância.
– Também achei... Mas aqui estou! – [Nome] diz sorridente assim que se acomodou ao lado da técnica, não demorando a abrir seu pacote de alcaçuz para colocar um na boca. – Quer? – Ofereceu, parecendo de bom humor (algo incrível, sendo que ela sempre ficava rabugenta de manhã).
Riko pareceu pensar por alguns instantes; estava treinando com seu pai novamente, mas será que um alcaçuz seria um problema...? Não seria. Mas os demais que viriam a seguir seriam um problema. – Obrigada – Por fim, decidiu aceitar o doce, colocando em mente que fora por obrigação e outros não seriam bem-vindos.
– De nada.
Ao contrário do que Riko tinha pensado, a garota parecia muito mais disposta depois da "noite das garotas" que tiveram – resultando em broncas do pai de Riko por ambas terem gritado ofensas ao ex e a "amiga" de [Nome] tão tarde da noite. Mas nenhuma delas poderia negar que aquela noite foi a melhor que tiveram; comeram besteiras, viram filmes e conversaram tudo o que deveriam ter conversado há mais de um ano, quando a "amiga" apareceu e tirou [Nome] de si. Por morarem na mesma rua, quase vizinhas, acabaram se aproximando crianças e criaram uma amizade forte, que não foi quebrada mesmo quando [Nome] se afastara – involuntariamente e sem querer, logicamente – de Riko. Embora a morena admitisse que os doze meses longe da amiga foram os mais longos que já enfrentara, eles valeram a pena: [Nome] ficara mais forte com os problemas que passou sozinha, mas Riko sabia que ela ainda estava ferida por dentro. E Riko também ficara mais forte, embora estivesse parcialmente ferida também.
Mas se ferir enquanto segue sua vida faz parte, afinal de contas.
Depois do acontecimento pré-natalino [Nome] pareceu estar mais rígida e avoada do que o de costume; esquecia de fazer os tópicos que o Conselho necessitava, ficava pensativa em vários momentos, e até se isolava de todos no horário do almoço ficando no telhado. Nem mesmo Kagami, com quem fizera uma grande amizade no início do semestre, conseguia tira-la de seu mundinho monótono. Ainda bem que Riko conseguira um tempo para conversar com a amiga, pois temia que ela se machucasse ainda mais por dentro estando sozinha o tempo todo.
– Mas então... por que me chamou, Riko? – [Nome] perguntou após comer metade do saco de alcaçuz com a ajuda da morena, fazendo a mesma a olhar enquanto mastigava.
– Então, primeiro queria saber se estava bem – Ela diz após engolir o doce e tomar um pouco de suco, olhando a expressão atônica da outra em seguida.
– E estou – [Nome] diz com um sorriso de lado, colocando um doce na boca para disfarçar. Boa tática. Mas isso não funciona contra Aida Riko.
– Você nunca mentiu antes – A morena rebateu com um olhar zangado, fazendo a outra baixar os ombros, para depois mudar para um olhar terno como de uma mãe. – Sabe que pode contar comigo, não é? – Sorriu de leve na intenção de fazer ela se animar. Funcionou um pouco.
A outra sorri de lado, relaxando os ombros antes de encarar os olhos acusadores de Riko. Olhos incrivelmente semelhantes a um certo ruivo...
– Claro que sei. Me desculpe... – Murmurou por fim ainda a sorrir, arrancando um olhar piedoso e repleto de carinho da morena, que se aproximou de si e a envolveu com seus braços em um abraço desajeitado. [Nome] correspondeu o abraço na mesma intensidade; precisava de algo assim desde... sempre.
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Do You Want to Surf?
FanficMesmo com as prometidas férias em grupo, [Nome] ainda parecia abalada com o acontecimento pré-natalino que tivera; até mesmo Taiga podia ver que seu coração estava machucado. Talvez houvesse um modo de mudar aquela situação... Como sempre, ele não...