Pródromo - Completo

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Parte final

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Parte final. Ano 2028

Primavera de 2028. Dias de hoje. Por falha e graça de um único e singelo fusível, menor dos que se usavam em um carro 1.0 no inicio do século e a cidade se apagou, puff... a noite se aproveitou para mostrar-se tão estrelada como não se via em anos dentro da mesma cidade. Mas até pareceu que sim porque todos que não estavam assaltando ou sendo roubados, pela oportunidade... sim, o ser humano evoluiu pouco nessa área, puderam deslumbrar-se com nebulosas, estrelas, planetas mais perto dos olhos na terra do que nunca, mas no retorno da energia elétrica, a vida seguiu como se àquele visual estonteante fosse coisa de todo dia. Pena que durou pouco, e a grande maioria só abaixou a cabeça e continuou... O mundo avançou. Todo canto é iluminado por luzes de LED que mudam de cor a cada gosto do operador ou data comemorativa. Bacana. Toda semana parece noite de Natal. Cada rua, cada praça, cada prédio tornou-se uma obra de arte viva, absolvendo todos os arquitetos preguiçosos. E com tanta claridade, a lua teria que ser cinco vezes maior para ser notada nestes dias normais. Poetas finalmente começaram a ter seu valor reconhecido. Usar óculos escuros à noite também era a nova realidade... O dedo do design entrou em toda indústria e no cotidiano das pessoas. ufa! Muitas profissões sumiram. Outras vinte surgiram. Os eletrodomésticos comunicam-se muito bem entre si e deixam nossa vida fácil e saborosa como nunca. A nota triste do passado recente, de 2024, foi quê: em 2017, os Estados Unidos elegeram um presidente com a promessa de tornar grande a indústria de la novamente, e nisso, a China que ja vendia tudo para la a preço de centavos de dólar, para não ficar no prejuízo, passou a vender por centavos de dinheiro de qualquer moeda para o mundo todo. Duas nações como essas produzindo dia e noite, abririam uma camada de ozônio até em marte... E como foi descoberto essa ameaça gravíssima ao ser humano a sociedade se reinventou guiada pelos cientistas e estilistas, nas vestimenta nossa de cada dia, que é a obrigatoriedade do couro ou fibra de carbono, o figurino da cabeça aos pés nos trazendo botas e chapéus em todos os estilos e ocasiões para o presente do dia-a-dia, ficou um charme, diga-se de passagem, e nada mais significativo foi alterado no campo da liberdade; esportes ao ar livre e praias continuaram funcionando muito bem. A vida esta bonita e fácil de levar. No mais, tudo tinha mudado muito. Até da rua, sabíamos o que teria na geladeira para nossa janta... De toda forma uma coisa nunca se alterou e é igual a quando começou em Paris, em 1850. As comunicações espíritas só ocorrem de la para ca, nunca ao contrario. E assim seria nesta noite na casa espírita, prestes a abrir seus trabalhos desvendando um grande mal entendido.

-... Agradecemos a todos os presentes encarnados e desencarnados, ambos de imenso valor para a realização de nossa reunião aqui nesta casa... - assim, o presidente do templo da filosofia Kardecista, abria a sessão da noite - E hoje é uma noite especial. Ja fomos informados pelos mentores espirituais que teremos a permissão de conhecer a verdadeira história do trágico e inusitado episódio que se abateu sobre o nosso Rio de Janeiro provocando tantas mortes de uma única vez.

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