Confession

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A cada dia que passava, Aoi sentia cada vez mais necessidade de ver Uruha. Praticamente todo fim de semana marcavam de se encontrar, isso quando o loiro não tinha de viajar a "negócios". Em uma das conversas, Uruha disse ao moreno: "Trabalho com softwares! Então é normal que eu viaje por todo o Japão ou até mesmo para fora dele". Ouvir isso o fez sentir orgulho do homem que estava se apaixonando.

Ele sabia que era arriscado. Afinal, se algum Yakuza descobrisse sua identidade e ele estivesse namorando Uruha, com certeza o loiro estaria em perigo. Não queria isso para o Takashima, mas também não queria ficar longe.

"Droga! Já estou ficando dependente dele!" resmungou em pensamento carregando a arma e ajeitando o silenciador. "Só mais esse e eu finalmente vou poder ligar para ele!"

Entrou na casa sorrateiramente, seguido por dois morenos também com uma arma cada um. Os disparos eram abafados e matavam cada capanga de uma vez sem chamar atenção. Porém, outro capanga viu Aoi atirando em um de seus colegas e toda a confusão começou. O tiroteio ficou acirrado, os morenos tentavam e conseguiam matar outros capangas, assim como Yuu.

_ Ele está fugindo! - Um dos morenos, completamente tatuado, apontou para o homem mais velho cercado por dois rapazes mais novos, e começou a atirar.

_ Me dê cobertura! - Aoi disse se adiantando para seguir os três e o tatuado o obedeceu atirando em todo e qualquer capanga que se aproximasse.

Aoi correu atrás dos três, atirou na perna de um dos guarda-costas, atirou na barriga de outro fazendo com que os três finalmente parassem. O homem mais velho, o alvo de Aoi, paralisou ao perceber os dois caídos, não soube o que fazer.

_ Para quem chefia a morte muita gente inocente, você está parecendo ter medo de mais, Hazu Kamiya! - Aoi disse se aproximando do mafioso que sentiu as pernas bambearem. - Mais vou ser bonzinho com você! Sua morte será rápida e indolor! Diferente de suas vitimas!

E antes que Hazu pudesse falar alguma coisa, Aoi atirou em seu peito, acertando seu coração, e logo em sua cabeça, concluindo seu serviço. Virou-se para se encontrar com aqueles dois, passando pelos capangas, sacou uma pequena arma que mantinha presa no cós da calça preta atirando na cabeça dos dois, eliminando qualquer risco.

Voltou pelo corredor, seguindo a trilhas de corpos esperando encontrar seus parceiros, mas não naquela situação. O coração deu uma pontada, o tatuado estava ajoelhado no chão, com o outro moreno desacordado em seus braços. Os olhos castanhos cheios de lágrimas e o choro compulsivo fizeram as pernas de Aoi tremer.

_ Ah não! Kai! - Aoi correu em direção aos dois, assustando-se quando do nada o tatuado apontou sua arma em sua direção. - Miyavi! Calma! Sou eu! Aoi! Calma! - Ainda com lágrimas nos olhos, o tatuado abaixou a arma tremendo, deixou-a no chão, voltando a se agarrar ao moreno.

_ Eu... Dei cobertura que... Que você pediu e... Acabei me esquecendo dele... Quando me virei ele estava caído no chão... Gritando de dor! - Miyavi começou a explicar, balançando seu corpo para frente e para trás agarrando-se ao outro moreno com ainda mais força. - Depois disso eu não vi mais nada... Atirava em qualquer um que aparecia à minha frente!

_ Vou pedir ajuda! - Aoi se aproximou de Miyavi acariciando os cabelos negros. - Vai ficar tudo bem! Confie em mim!

A noite mal havia terminado, mas aqueles dois não saiam da sala de espera do hospital particular da agência. De certo modo era até bom saber que teriam um hospital inteiramente pago, mas ainda assim havia custo a pagar.

Kai estava há horas na sala de cirurgia e ninguém aparecia para dar qualquer noticia. Os dois estavam nervosos com a espera, mas não havia mais nada que pudessem fazer, a não ser esperar. Miyavi estava um caco, as olheiras pela noite não dormida eram visíveis, assim como para Aoi.

TroublemakerOnde histórias criam vida. Descubra agora