Único - a vida dá voltas, nelas, eu sempre rodopio

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— Yeol, por favor! Me entenda!

— Entender o que? Diga-me o que quer que eu veja?

O garoto mais baixo estava frustrado, a última coisa que buscava era machucar os sentimentos do seu gigante, mas lá estavam ambos: em frente a uma sorveteria comum, acompanhados de uma garota confusa, discutindo alto pelas emoções a flor da pele.

— Desculpe, mas... Quem é ele Baek? — A garota de cabelos castanhos indagou aproximando-se do outro.

Os olhos grandes de Chanyeol fixaram-se naquela garota, mas logo voltaram-se para seu namorado, triste e despedaçado. Ele estava saindo com outro, saindo com uma garota! Tendo um encontro com ela mesmo, dias antes, ter dado-o um anel de compromisso e marcado de levar o maior para conhecer seus pais.

Os cabelos semicacheados e castanhos do mais alto lhe cobriam os olhos parcialmente, sua expressão era de raiva, mas as lágrimas nos olhos demonstravam o que realmente sentia: tristeza. Não era a ideia de Baekhyun aceitar aquele encontro com Taeyeon, mas para agradar sua mãe antes de se revelar homossexual ele não achou uma ideia ruim; contudo, fizera tudo de maneira errada. A garota segurou seu braço para chamar-lhe atenção, a que foi dada, fato que acumulou mais e mais raiva em Chanyeol.

— Você tem alguma coisa com ele? — Ela perguntou sobre dois olhos extremamente pesados, como se fosse culpada de algo.

Antes de Baekhyun responder, quando o ar saiu da sua boca assim que a abriu, a risada do mais novo irrompeu o ambiente e, mesmo que estivesse na rua, sentia como se o som não fosse se dispersar, nunca. Foi uma sarcástica, quebradiça, daquelas que soltamos quando estamos em um momento fodidamente doloroso e não conseguimos expressar a raiva e a tristeza em um mix melhor do que aquele.

— Não temos nada. Absolutamente nada — O mais alto disse, logo limpando as lágrimas por trás dos óculos e tomando o rumo pelo qual havia vindo.

Baekhyun estava chocado. E, sim, deveria ir atrás do outro por quebrar o coração dele, também por ele ser extremamente sensível e explosivo. Deveria ter ido, mas para sua mente turbulenta de um adolescente assustado com todas as possibilidades que a vida reservava, ele ficou. Ele ficou e olhou para Taeyeon com lágrimas brilhantes nos olhos, mas engolindo todas para forçar um sorriso amarelo.

Além de que ela havia notado a maneira que ele apertava a própria mão e circundava o anel prata que estava ali.

Bem, fora uma promessa em vão, Baekhyun pensou, não vale ficar com o anel aí.

2

Chanyeol insistia a si mesmo que era um homem livre, ignorar Baekhyun todos os anos do final do colégio foi moleza, apesar de ter chorado bons meses até tirar o peso do coração e conseguir limpar o gosto de ter sido trocado de maneira tão desonesta. Bem, em contra partida ele conhecera KyungSoo, seu atual namorado e, querendo ou não querendo, melhor amigo.

O seu ciclo de amizades acabou mudando drasticamente, antes andava com o pessoal que gostava explicitamente de animes e fazia parte do fundão no clube de música, além de toda e qualquer aula. Ele sentia sim saudades dos escândalos de Zitao, das palhaçadas e viagens de Kris, ou dos gritos de Jongdae no pé do ouvido de Junmyeon, assim como Baekhyun fazia.

Mas ele não queria Baekhyun, então não ficava com frequência com os antigos amigos porque tudo voltava a Baekhyun.

Baekhyun, Baekhyun, Baekhyun. Ele havia cansado disso no meio tempo que se via irritado dele. Então, ele seguiu em frente.

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