Há horas que sinto um peso horrível em cima de mim! É melhor acordar antes que fique com a porra da coluna partida! Faço uma espécie de contorcionismo com a cabeça, e acredite ou não era Yuri!
"YURI!" silvo, quase acordando os vizinhos.
O pobre rapaz assusta-se, e olha paralisado para mim, até que percebe o que aconteceu. A sua expressão facial mudou drasticamente de um "Qual é o teu problema?" arrogante, para um "Des-cul-pa... foi sem intenção..." foleiro e lamechas.
O Yuri pode parecer um monstro de 7 cabeças para algumas pessoas, não vou referir nomes....coff, coff... JJ...coff,coff .... Mas por dentro ele é extremamente sensível e delicado, como uma rosa, espinhosa por fora mas linda por dentro! Posso não ser psiquiatra, mas tenho a certeza que tudo está relacionado com o seu trauma.
Ele contou-me que quando ele tinha 3 anos a sua família era muito unida e alegre. O seu pai, Andrey, costumava tocar peças no piano, a maioria seriam para a sua mãe, Alla, exibir nos seus programas de patinagem artística no gelo. Ele e a sua irmã mais velha, Ekaterina ficavam a ver aquele dueto incrível de olhos arregalados, e por vezes o pai até lhes ensinava a tocar o instrumento. O trabalho de um pianista não era fácil e devido a um grande período em que este esteve doente, Andrey começou a perder alguns dos seus clientes. Alla passou a discutir com o pobre homem.
"O dinheiro não cresce das árvores" ou "O trabalho não se faz sozinho". Eram 2 das frases que iniciavam discussões de horas a fio.
Tanta discussão deu ao divórcio. Andrey ficou com a guarda de Ekaterina, e mudou-se para Inglaterra e Alla com a de Yuri, indo viver para casa do seu pai Nikolai. Antes de partir Yuri pediu ao seu pai que voltasse para o ver, este respondeu que sim de sorriso de orelha a orelha, afagando-lhe os cabelos louros desgrenhados . No entanto nunca mais ninguém o viu. Yuri deu-se bem em casa do seu avô, mas a sua mãe tornou-se distante e fria. Ignorava o rapaz, ficava horas a olhar para a janela, trancava a porta do seu quarto, passava a maior parte do dia a beber, e gritava com qualquer pessoa que lhe falasse. Até que um dia, na casa de banho, Nikolai encontrou-a morta na banheira. O sangue misturado de água transbordava, e sujava a azul carpete que cobria os azulejos cinzentos. O funeral foi feito dois dias depois, e Andrey não apareceu. Desde esse momento Yuri perdeu toda a esperança em voltar a ver o seu pai, dedicando todo o amor ao seu avô.
"Já que estamos acordados e já são..." Yuri vê as horas no seu iPhone ".... 5 e meia... não queres fazer alguma coisa?"
"Claro! O que achas de.... jogarmos verdade ou consequência?"
"Tá bem!" disse entusiasmado.
Como eu gostava de ver aquele sorriso, o rapaz que o Yuri gosta nem sabe da sorte que tem!
"Quem começa?" Estou a fazer figas para que seja eu.
"Podes ser tu!"
"Yuri, verdade ou consequência?"
"Consequência!"
"Tens duas hipóteses: Quando vires o JJ tens que lhe dizer que ele é a melhor pessoa do mundo e que o adoras...."
"FORA DE QUESTÃO!"
"Tá..." eu rio-me "Ou tens que ligar ao Yakov , finges que és uma mulher, e dizes isto...." eu sussurro-lhe ao ouvido.
"Que se lixe, vai a última."
"Boa escolha!" desatamos a rir.
Yuri pega o seu telemóvel, mete-o no modo de não mostrar o número, procura o contacto do desgraçado do Yakov, e ao encontrar liga-lhe. O velho homem atende rapidamente.
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Yanna Nikiforov
FanfictionAlguém já pensou no que a família de Viktor passou após a final Grande Prix? Aqui têm a vossa resposta. Yanna Nikiforov, irmã de Viktor irá guiar a vossa visita.