PRÓLOGO

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    O dia havia amanhecido cinza em Paladya. Robert já estava de volta em casa. Tinha saído antes do amanhecer para caçar e com sorte voltou com um coelho bem gordo. O almoço e a janta do dia estavam garantidos.

    Isso era difícil, uma luta diária pela comida do dia. O inverno só piorava a situação. Os bichos estavam sempre escondidos por conta do frio.

— Louise cheguei – ele diz batendo os pés para remover o excesso de neve.

— Ah! Você vai sujar toda a casa com neve! – ela diz rindo e dando um beijo em Robert.

    Sua barriga já estava do tamanho de uma melancia. A gravidez estava bastante avançada e logo eles teriam seu primeiro filho. Robert beija a barriga dela.

— Conseguiu algo para o jantar? – ela pergunta com a voz triste.

    Roberta levanta um coelho pela perna. Ele o limpou e cortou. Louise fez uma sopa com repolho e o restante do arroz que sobrou do mês. E assou um terço do coelho que ele trouxe.

    Uma batida forte na porta assusta Louise enquanto ela lava os pratos sujos. Ela acaba deixando um deles cair, que se quebra.

— Ah droga! Me desculpe querido – ela se desculpa com Robert.

— Tudo bem Louise, apenas tome cuidado para não se cortar.

    Ele vai até a porta.

    Quando a abre os guardiões do rei estavam de pé ali. O líder deles, um homem de barbicha, topete e olhos azuis ergueu um papel e começou a recitar o que havia escrito nele.

Bom dia senhor Robert Loster. Sua majestade, o Rei Renê Bret Greymon, intima o senhor e sua esposa, a senhora Louisa Loster, a se retirarem dá residência por falta de pagamento dos impostos. Ou que cumpram com o pagamento dos mesmos, sob pena de expulsão do domicílio. Vocês têm até hoje à noite para se retirarem ou quitarem as despesas. Assinado: Rei Renê Bret Greymon, de Paladya.

    Eles apenas se retiraram sem dizer mais nada, deixando Robert apavorado. Sua esposa estava grávida! Eles sobreviviam dá caça que Robert conseguia vender.

    Robert ficou muito irritado. Não pagava os impostos porque não tinha dinheiro para isso. Mas ele sabia que se não saísse por conta própria os guardiões voltariam mais tarde. E seria pior.

— Quem era? – ela pergunta.

— Os guardiões do rei. Temos que sair daqui ou então eles irão nos expulsar. Aquele maldito!

— Calma meu amor, nós vamos dar um jeito de resolver isso – ela diz.

— NÃO! Louise, não. Nós não vamos. Vou sair e tentar achar um lugar para nós ficarmos. Você fica aqui e arruma nossas coisas para o caso de precisarmos sair rápido.

     Ele dá um beijo em sua testa e em sua barriga e sai. Passa o dia fora tentando achar alguém que os acolha, mas ninguém quer dar abrigo uma mulher grávida e um caçador.

    Já era quase noite quando estava chegando em casa e viu ao longe os guardiões chegando. Entrou rápido.

— Vamos Louise, eles estão vindo. Vamos rápido.

    Eles saíram com nada além de uma bolsa com as poucas roupas e uma caixa com alguns utensílios para cozinhar.

— Para onde vamos Robert? – ela pergunta com medo.

— Eu não sei Louise, eu não sei.

    Eles andaram por vários dias. Parando a noite para descansar e recomeçando antes do alvorecer. Chegaram as margens do reino de Stephano. Ali Robert acreditava que encontrariam vida nova.

A Princesa e o Plebeu (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora