A Ilha

CAPÍTULO I

| 1965 - Summer |

       "Despacha-te Lúcia !"

       "Já vai, já vai"

Casados de fresco, íam para a sua lua de mel. Eram 9h15 a.m.

       "O táxi já chegou !"

       "Ai Francisco tem calma, estou só a por os brincos"

O táxista colocou as malas no porta-bagagem e eles entraram no carro.

      "É para o cais se faz favor"

Chegando ao cais, o clima ainda estava fresco, mas já fazia um sol matinal, estava um pequeno barco à sua espera. Subiram a bordo. Começaram a navegar calmamente pelas águas turquesa, enquanto a brisa corria pelos negros cabelos de Lúcia. Já em alto mar, Lúcia retira o seu vestido branco de renda e os seus sapatos enquanto Francisco a admira.

       "És linda"

       "Obrigada", sorriu

O barco para. Lúcia e Francisco saem para uma região a Sul da Califórnia e dirigem-se para um hotel.
Chega à 2° noite e Francisco, chegando ao quarto, depois de ter ido ao clube do hotel, depara-se com Lúcia a chorar e a fazer as suas malas, estava com o rímel borrado. Francisco agarra-a:

       "Lúcia o que é que se passa ? O que é que estás a fazer ?"

Lúcia pega na aliança do casamento, atira-a para o chão e defronta Francisco; Ele tinha-a traído com uma mulher naquele quarto. Ele ainda a tentou impedir, mas Lúcia foi embora.
Chega então a mulher:

       "Quero o pagamento"

       "O quê ?"

       "Sim, sexo paga-se amor"

       "És uma prostituta ?"

       "Sim, sou, agora paga"

Francisco agarra-lhe no pescoço e põe-na fora do quarto irritado.

Lúcia estava agora na rua, ela tinha apenas 18 anos e ainda era virgem, Francisco já tinha 24, ela estava a chorar ainda e acabou por dormir numa cabine telefónica. No dia seguinte acordou e foi abordada por um rapaz elegante que morava na região. Tinha 20 anos e chamava-se Lourenço:

       "A menina está bem ?"

       "Estou bem obrigada"

       "Não parece, tens a certeza ?"

       "Mais ou menos", Lúcia explicou-lhe a situação

       "Então não tens lugar pra ficar ?"

       "Não, mas também aquele hotel não era pra mim"

Lourenço riu:  "Anda comigo, confia em mim"

E foram os dois a uma praia, onde estava atracado um bote.

       "Sobe"

       "O quê ? Para onde vamos ?"

       "Confira em mim, sei que nos acabamos de conhecer, mas faz isso"

       "Ok, também já não tenho nada a perder" - olha para baixo e sorri