Naomi e eu estávamos conversando pelo telefone enquanto eu corria até uma farmácia para comprar alguns remédios para Sr. Young. Ele não aparentava estar doente, mas me deu a receita e disse que era uma emergência e eu só tinha que obedecer.— Eu não acredito que você está trabalhando em um domingo, de novo. — Ela reclamou.
— É o meu emprego, não tenho muito o que fazer sobre isso. — Respondi entrando na farmácia.
Ao entregar a receita para o farmacêutico ele foi pegar os remédios de prontidão.
— Você poderia colocar alguns limites. — Sugeriu.
— Eu não posso, eu assinei um contrato de que durante um ano estaria vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, totalmente disponível para qualquer coisa que Sr. Young precise. Eu assinei essa merda Naomi, não posso reclamar agora. — Retruquei impaciente.
— Você só não reclama porque está de quatro pelo homem. Acorda Hyuna, em algum momento você vai desistir dele e vai se arrepender de ter perdido seu merecido descanso. — Naomi finalizou sua bronca com um suspiro cansado. — Só não quero que você perca oportunidades por causa de uma pessoa que está há um mês fingindo que não te conhece.
Respirei fundo antes de responder qualquer coisa, afinal o estilo exigente do Sr. Young no trabalho não me incomodava tanto, o que me matava era sua cara de pau de agir como se não lembrasse de mim e do momento sensacional que tivemos juntos.
Eu conseguia entender o afastamento: nós tínhamos ficado juntos e algum tempo depois eu me torno sua subordinada para um cargo de confiança, então basicamente ele estava numa saia justa. Ainda assim estava frustrada, pois ele nem admitia que lembrava de mim, se ele fizesse ao menos isso e cortasse todas as esperanças de uma segunda diversão, talvez eu conseguisse seguir minha vida.
— Amiga, preciso desligar. Vou tentar chegar cedo em casa. — Despedi-me de Naomi e fui pagar os remédios.
Encaminhei uma mensagem para Sr. Young para confirmar para onde levaria o remédio. Ele respondeu com um endereço que passei para o taxista.
O táxi deixou Manhattan em direção ao Brooklyn e parou em frente a um conjunto de apartamentos de três andares de tijolos avermelhados, cada janela ostentava flores delicadas e pequenas samambaias se espreguiçavam alguns centímetros abaixo do peitoril.
Subi os degraus e pressionei o botão do interfone. Uma mulher atendeu e respondi rapidamente quem eu era, então em alguns segundos ouvi um clique baixo e o portão de abriu para que pudesse entrar.
Surpreendi-me ao perceber que o hall do prédio na verdade era totalmente amplo, com todos os lugares que seriam divisórias de apartamentos abertas, fazendo uma única grande e majestosa casa no centro do Brooklin. O lugar tinha um cheiro leve de erva doce e incenso, o assoalho de madeira de carvalho escuro estava bem polido e refletia cada pequeno lustre na sala ampla.
Os móveis eram todos escuros, pesados e davam uma sensação de conforto que quase não se vê nas casas hoje em dia. As paredes e móveis ostentavam vários porta-retratos com fotos de crianças, paisagens e uma família sorridente na maior foto do cômodo, sobre a lareira imponente.
— Srta. Park? — Ouvi uma voz doce chamar e me virei em sua direção.
Uma senhora asiática de cabelos curtos e grisalhos sorria sustentando um pequeno óculos de grau na ponta do nariz.
— Olá, muito prazer. — Sorri timidamente e dada a idade da senhora preferi fazer uma reverência sutil que oferecer a mão para um aperto.
Era difícil de explicar, mas sendo oriental, estar em frente a uma mulher mais velha exigia máximo respeito e mesmo que ela estivesse nos Estados Unidos isso não me faria mudar o comportamento que havia aprendido desde pequena. A senhora sorriu amplamente em retorno.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Chefe Coreano
ChickLitDEGUSTAÇÃO | Livro completo em físico e ebook ✨ Erik Lee Young é o diretor comercial da maior empresa da construção civil de Nova York e seu objetivo é se tornar CEO antes dos seus quarenta e cinco anos. Mas para isso se tornou um profissional exige...