Quem não é um covarde?

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Eu estava dentro do shopping. Haviam pessoas perambulando por todos os pisos, pareciam formigas. Grandes formigas. Insignificantes. "Tudo bem", pensei, "eu sou preciso ir a uma loja e ir embora depois". Fui a duas lojas. Não encontrei o que queria.

Jesus Cristo. Para onde iam os rios de dinheiros investidos em milhões de produtos? Desisti. Fui caminhando por um longo pátio. As lojas me sufocavam. Lojas, lojas e lojas. Isso são tudo o que conseguimos criar? Onde estão escondidas as melhores mentes? Vi a porta principal, contente por dentro.

Mas algo me interrompeu. Uma mulher estava chorando perto dali. Chorava como uma criança. Ela estava presa a uma camisa simples, cor branca, a uma calça jeans e tênis preto. limpava as lágrimas com um papel úmido. Quem era ela? Por que não chorar num banheiro? Há sentimentos tão pesados que não nos deixam chegar a um lugar reservado para libertá-los. Talvez fosse a morte de alguém, talvez algo tenha falido.

Eu realmente não sabia. "talvez eu possa ajudá-la", pensei. Fui um covarde. Lutei com a minha vontade e, no final, não fui. A mente foi mais esperta que a atitude naquele momento. Saí. Cheguei à minha casa, abri a porta, sentei num sofá velho e chorei. Não sabia explicar. Quis chorar e chorei. Talvez por aquela mulher, talvez por mim. Eu chorava frequentemente. Achava que não era normal, nunca foi. No final das contas, continuei sendo um covarde.

Fui um covardeOnde histórias criam vida. Descubra agora