Capítulo I - The Yellow Umbrella

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A noite fora longa para Luna, sua entrevista do dia seguinte iria decidir se ela continuaria em Londres ou voltaria para casa. Suas economias estavam chegando ao fim e sem emprego ficaria difícil se manter ali. Ela havia juntado um bom dinheiro, mas este não era o suficiente. Ela trabalhara ao lado de sua mãe como empregada doméstica, mas não era isso que queria para sua vida. Tudo que queria fazer era com que sua mãe não precisasse mais trabalhar na casa de ninguém, sonhava em terminar seu mestrado, e ser professora de inglês em uma grande Universidade, mas ultimamente via-se cada vez mais longe de seu sonho. Seu namorado, pelo contrário, não via a hora de Luna voltar ao Brasil, finalizando seu mestrado ou não, ele tinha planos de propor sua mão, mas não queria fazer a distância, e a queria ao seu lado o mais rápido possível.

No dia seguinte Luna se arrumou rápido, tomou seu café, juntou apenas alguns pertences e seu guarda-chuva amarelo da sorte, e partiu para a entrevista, pois não queria se atrasar. Depois de 20 minutos de espera, sua senha foi chamada, a crise de ansiedade já a assombrava, sentou-se a frente da entrevistadora que nem mesmo a olhou, deixando-a mais nervosa ainda. O que tanto aquela atendente digitava era o que se passava em sua cabeça.

- Vejo que seu curriculum é muito diversificado – falou a entrevistadora de supetão. – É familiarizada com contrato de confidencialidade? – Perguntou arqueando a sobrancelha.

- Sim, nunca trabalhei a base de um, mas sou familiarizada. – Respondeu Luna apreensiva.

- Perfeito! – Disse a entrevistadora enquanto escrevia algo em um pequeno cartão branco - Pelos antecedentes no seu curriculum e cartas de recomendações, vejo que é perfeita para o que precisam. – Ergueu o braço entregando o cartão a Luna – Falar com Sr Windsor... Boa sorte!

- Muito obrigada – Luna levantou-se pegando o cartão e saindo da sala, nele havia endereço, hora e data.

Ao sair da agencia Luna encarava o cartão perguntando-se de onde conhecia o tal nome, que não lhe era estranho. Andou por duas quadras encarando vitrines, ela admirava aquela cidade, foi então que desabou uma chuva, ela resolveu entrar em uma lanchonete e esperar a chuva estiar. Desbloqueou a tela do celular e percebeu que havia várias ligações de James seu namorado e de Emma sua colega de quarto.

- Provavelmente para saber como foi a entrevista – pensou.

A chuva não estiava, a lanchonete estava vazia, havia apenas alguns funcionários abanando moscas, quando um rapaz visivelmente perturbado adentrou o local, e puxou do bolso de seu moletom uma arma, pedindo os pertences de todos ali, e fazendo ameaças, logo ele dirigiu-se a Luna e levou sua bolsa, entrou em um carro preto e sumiu. Todos ficaram inertes do susto. Luna perguntava-se como voltaria para casa, já que a única coisa que lhe restou fora seu guarda-chuva amarelo.

- "Algumas quedas servem para que levantemos mais felizes" – Citou para si em meio a um sussurro.

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- Um contrato de confidencialidade? Deste tamanho!? – Perguntou Thomas irritado, andando de um lado para o outro com o contrato em uma mão e um copo de café em outra – Não me admira ninguém ter se candidatado ao cargo até agora! Que tipo de louco aceitaria um contrato tão extenso e prepotente como este? – Indicou com o contrato em direção a Luke.

- É para o seu próprio bem, aliás todos hoje em dia fazem isso... Questão de segurança, e privacidade! – Tentou – Não é você quem vive reclamando de falta de privacidade? – Perguntou em um tom irônico.

- Er... Sim..., em questão de divulgar informações pessoais eu até concordo!! – Deu um gole no café – Mas a clausula referente a quaisquer formas de contato com o contratante, é ridícula! Eu não sou esse tipo de pessoa, jamais assinarei isto... – Rebateu, jogando o contrato em cima da mesa a sua frente.

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