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— No dia catorze de fevereiro aconteceu uma coisa incrível na vida de Inuzuka Kiba. Ele ganhou chocolates do dia dos namorados, chocolates que não eram de obrigação, mas uma declaração sincera de seu amigo de infância Aburame Shino.
Nesse mesmo dia Kiba ganhou o primeiro namorado.
A princípio, ficou em dúvida sobre o que sentia. E pediu um tempo pra pensar. Mas "paciência" e "pensar" são palavras que não combinam com Kiba.
Então entre a hora do almoço (quando a declaração aconteceu) e a hora do Bukatsu, ele já tinha muita certeza de que correspondia sim aos sentimentos de Shino e que valia a pena evoluir da amizade para um relacionamento amoroso.
Na hora da saída, foi de mãos dadas a Shino, no gesto mais ousado que Kiba já fez na vida, que eles foram embora juntos como namorados. Momento em que o garoto sentiu um pouco de vergonha, achando que todo mundo olhava pra eles, julgando. O que era um grande equívoco. Ninguém julgou o relacionamento daqueles dois. Na verdade, as reações oscilaram mais entre "tomara que o Aburame sossegue aquele peste Inuzuka" e "até que enfim saíram da moita".
Essa mudança na relação deu aos garotos um mês para começar os primeiros passos da intimidade, um ou outro toque. Os primeiros beijos...
E deu a Kiba um mês para trabalhar a ideia de retribuir o que ele ganhou de Shino. No dia quatorze de março, White Day, ele tinha que devolver pra Shino o que ganhou, três vezes melhor!
Como falamos antes, pensar não é o forte do garoto. Ele, com medo de meter os pés pelas mãos, teve a grande ideia de pedir ajuda a Hana. A irmã mais velha com quem tinha uma boa relação, apesar da diferença de idade.
— E eu queria caprichar no presente. O Shino me deu chocolate caseiro, vou fazer chocolate também. Mas... ele me pediu em namoro, me fez entender como eu me sinto e descobrir que gosto dele. Então eu pensei em algo, mas será que é estranho?
A pergunta veio cheia de angústia e dúvidas. Eles estavam no quarto de Hana, sentados na cama, depois que Kiba tinha ido bater à porta, aproveitando um momento de folga dela. Além disso, Tsume não estava em casa.
Hana suspirou pensativa. Abriu uma gaveta da cômoda, pegou uma caixa de biscoitos amanteigados e os empurrou para perto do irmão. Sabia bem como Kiba funcionava.
— Não precisa pagar isso de volta, Kiba. Shino não espera que retribua "namoro". Só o presente.
— Mas eu quero!! — ele falou eloquente, então bateu de leve no lençol, para limpar alguns farelos.
— Tudo bem, se você quer agradar Shino um pouco, não tem problema nenhum. O que pensou?
