#15 A Chegada à Feira

38 10 0
                                    

Harper despediu-se dos pais e esperou deixar de ver a sua mãe a olhá-la com orgulho. Logo que ficou sozinha, trocou os saltos altos e calçou os ténis. Ela amava ténis! Sorriu para os seus pés e deu uma volta contente por estar mais confortável.

Dylan parou de andar rápido e paralisou ao olhar para ela. Harper parecia uma sereia acabada de sair do mar. Ele riu por ver que ela estava de ténis e o som do seu riso alertou-a de que não estava só. Quando reparou que era Dylan quem a olhava, ela corou e virou-se de costas para ele. Ela não queria que ele a visse assim vestida.

- Harper? Ainda estás zangada comigo? - Perguntou ele aproximando-se cada vez mais.

- Não sei. Preciso de tempo para pensar.

- Estás... linda princesa. - Elogiou ele timidamente com uma mão no ombro.

- Obrigada. - Agradeceu ela ao olhar para a frente sem se voltar para ele.

Não havia maneira de fugir. Dylan apontou para a bolsa que estava no chão.

- Este colar... precisas de ajuda a prendê-lo ao pescoço?

Ela virou-se para ele e evitou olhá-lo nos olhos.

- Sim, já agora. Agradeço.

Dylan sorriu e ficou totalmente abstraído do local onde estava. Mais uma vez, parecia que só havia ele e Harper na feira. Ele prendeu o fio dela e ela tentou esquivar-se:

- Tenho de estar na banca. Obrigada pela ajuda... Vou...

- Espera. - Ele agarrou-a pelo braço e olhou-a intensamente – Ouvi dizer que vais ter um encontro com o meu irmão.

Harper não respondeu e olhou para o chão triste. Ele pediu:

- Olha para mim, princesa.

Ela olhou para ele e suplicou:

- Não me chames isso.

Ele sorriu e acariciou-lhe a bochecha.

- Tem cuidado com o Declan. Não confies nele.

- E devo confiar em ti? Nunca me dizes nada sobre ti... Nunca confias em mim.

Ela deu-lhe um murro leve no peito e ele segurou-a pelo queixo.

- Eu confio em ti. Mas... existem outras coisas que... tenho medo que não compreendas.

Harper viu um grande sofrimento nos olhos de Dylan e não tentou saber nada mais. Ele aproximou-se dela levemente e quase se beijaram.

- Dylan? Que estás a fazer? - Gritou Cassidy.

- Cassidy? - Harper ficou furiosa e empurrou Dylan com força.

Como poderia ele estar sempre a trazer Cassidy para onde andava Harper? Cassidy gritou:

- Ainda bem que te vais embora. Com toda essa gordura, não havia espaço suficiente para 3.

Dylan olhou para Cassidy com o sobrolho franzido.

- Cassidy, se voltas a falar mal da minha amiga dessa maneira, eu juro-te que te dou de comer aos tubarões do meu pai.

Ela sorriu:

- Que vês naquela parva? Vê-se que ela gosta de raparigas. Anda sempre vestida de rapaz.

- Cassidy, nós não somos namorados. Só se fosse doido é que voltava a namorar com alguém que me traiu com o meu próprio irmão. Sai da minha vida!

- Amor! Nós fomos feitos um para o outro. Olha para nós! Ficamos lindos juntos.

- Cassidy... Eu já tive demasiada paciência contigo. Se voltas a aparecer-me à frente, juro que mando o meu advogado fazer uma ordem de restrição.

- Adoro quando te fazes de difícil.

- Está calada!

Dylan andou em direção a Harper e deixou Cassidy a falar sozinha.

Harper escondeu-se nos bastidores da banca dos beijos e tentava evitar chorar. Ela odiava a maneira como se sentia quando Cassidy gozava com ela. Dylan entrou na banca e sentou-se junto a ela.

- Não oiças o que a parva da Cassidy diz! Ela tem um parafuso a menos.

Harper levantou-se e arreliou-se:

- Dylan, tens de parar de me seguir se namoras com ela. Fica com ela! Eu só quero que sejas feliz. E se ela é a tua escolha... Vai para bem longe.

Ele levantou-se de pegou nas mãos dela.

- Não sou namorado dela. Não quero ficar com ela. Ela traiu-me! Como iria confiar numa pessoa que não me é leal? Quem trai uma vez, trai duas ou três.

Harper tirou as mãos das dele e olhou para o chão de braços cruzados.

- Nunca gostei de nenhum rapaz, Dylan. Adoraria não gostar para sempre. Mas...

Abrielle apareceu:

- Olá Harper! O teu encontro chegou.

Dylan seguiu-as com uma expressão pouco contente e muito desconfiada.

O Simulador do Amor (SAMPLE)Onde histórias criam vida. Descubra agora