Prologo

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Alaskas P.O.V:

A escuridão domina os pequenos raios de sol que provêm duma pequena janela com grades.O som de uma torneira a pingar penetra lentamente o meu ouvido. Inspiro lentamente o ar húmido,com um cheiro acentuado a mofo. Sinto-me tão cansada,mais uma vez ele conseguiu levar me ao extremo,conseguiu fazer com que me sentisse inútil. Cada vez fico mais leve e caio no chão duro com esperanças de cair numas nuvens de algodão doce ou num relvado suave cheio de flores de inúmeras cores. Mas não, não me encontrava no meio de relva fresca cujo cheiro é característico,ou a flutuar sobre algodão doce cor de rosa e delicioso. Encontrava-me sim neste chão tão duro e de cimento cinzento que estava manchado pelo meu sangue. Sangue este que provinha das feridas que ele me fazia quando não obedecia aos seus desejos.

Os meus dedos contornavam lentamente as cicatrizes que ele tinha deixado no meu corpo. Cada cicatriz conta uma história diferente,histórias que nunca vou conseguir esquecer. Uma angústia enorme faz-se presente dentro de mim, já não tinha lágrimas para expelir dos meus olhos. Olhos estes que uma vez já foram de um castanho claro como uma avelã e que agora eram só pretos. Pretos como a escuridão desta sala, enchidos de dor e tristeza. As minhas pálpebras estavam cada vez mais pesadas mas não as quero deixar cair para ficar presa nos meus pensamentos. Pensamentos que estavam enchidos com esperança de que talvez consiga escapar das mãos dele. Esperança que até então ainda não tinha perdido mas que diminuía dia após dia sem desaparecer.

Estou sem forças parece que já não consigo fazer nada contra a dor que ele me provocava. Dor que me sufoca e que enche os meus pulmões juntamente com a angústia que este lugar me transmite. Consigo ouvir-lo lá em cima a pedir perdão por não ter conseguido controlar o seu instinto animal. Instinto animal que se faz presente quando está em cima de mim. Os seus olhos verdes ficam cheios de prazer. Prazer que grita desejo, o desejo profundo e obscuro da minha carne,o desejo de me possuir por completa. Parece que ainda consigo sentir-lo dentro de mim e o sentimento de nojo toma posse do meu corpo.

Dou por mim a pensar sobre como alguém que aparentava ser tão normal conseguiu tornar-me tão frágil. Ouço passos que cada vez eram mais notáveis. Olho para as escadas que estavam na minha diagonal e vejo a porta a abrir-se. A luz do exterior domina a escuridão da sala. Ele entra, e eu instintivamente fecho os olhos como se estivesse a dormir. Consigo sentir-lo a aproximar se de mim e contenho me para não largar nenhum gemido de medo. Ele aproxima-se do meu ouvido e sinto o seu ar expelido no meu pescoço.

"Sei que não estás a dormir Babygirl, consigo cheirar o teu medo"- sussurrou no meu ouvido com uma voz rouca e grave. Estremeci e abri imediatamente os meus olhos. O seu olhar invadia o meu e um sorriso maléfico apareceu no seu rosto. Desviei o olhar e imediatamente corei. Ele com as suas mãos grandes pegou no meu queixo e levantou-o de forma a eu não puder evitar o contacto visual. Aproximou-se do meu rosto e beijou a minha testa.

"Trouxe-te isto como recompensa pelo teu trabalho"- aceno com a cabeça. Ele com um movimento brusco agarra no meu cabelo e grita: "VAIS SEMPRE AGRADECER ME QUANDO TE DOU ALGO SUA CABRA MAL AGRADECIDA". Não consigo conter as lágrima e peço lhe desculpas, com medo do que ele me possa fazer. Ele retira-se e larga o tabuleiro que tinha na mão. Fico onde estou até ter garantido que ele tinha ido embora. Aproximo-me do tabuleiro e vejo um pedaço de carne com arroz. Há dias que já não comia nada, reparo num pequeno bilhete ao lado dos talheres, abro-o e leio em voz alta as palavras escritas numa caligrafia bonita.

"Come tudo babygirl, porque a próxima coisa que terás dentro da tua boca será o meu membro."

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Olá pessoal,

Espero que tenham gostado do prologo da obra vou tentar publicar diariamente nestas férias

XOXO
ALASKA



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