De Nina para Nina

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Abri os olhos. Quantos anos fazia desde que eu pisara naquele quarto?

Um barulho de passos. A porta se abriu. Na soleira estava a pessoa que eu mais conhecia no mundo: eu mesma.

Meu eu mais jovem deu um berro! Por sorte não havia ninguém em casa naquela tarde. Todos haviam saído para aproveitar o sol. Menos eu/ela. Então ela...eu...bem, eu precisava evitar o que aconteceria depois.

- Nina! Para de gritar! Eu sei que é assustador mas...

- QUEM É VOCÊ?

- Eu sou você! Do futuro! E vim para tentar corrigir uma coisa terrível que aconteceu no dia de hoje e que acabou com a minha vida. Com a nossa vida!

Ela tremia. Eu tinha dois minutos.

- Essa carta na sua mão... Rasgue essa porcaria. Queime. Enterre. Faça qualquer coisa, mas não abra! – implorei.

- O que?

- Eu sei que parece loucura. Mas esse evento foi o começo da pior linha de tempo de todas as nossas existências.

- É-é assim que eu vou ficar quando envelhecer?

- Presta atenção! – deus, como eu era fútil - Minha linha temporal já está condenada, mas a sua ainda tem uma chance de...- e nisso senti meu corpo tremendo. O desdobramento temporal! Droga!

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A mulher do futuro sumiu como um fantasma e a menina permaneceu olhando para onde ela mesma estivera. Apertava o envelope com força sem perceber. O que havia naquela carta?

Fitou o papel amassado nas mãos. E no entanto...ela não ousou abrir a carta.

De Nina para NinaOnde histórias criam vida. Descubra agora