Blindspot | Camren Version

Capítulo 2

Uma forte tempestade agora tomava conta de Nova York, poderíamos estar preocupados com o ocorrido se a sede não fosse um dos lugares mais protegidos da cidade.

Após a ligação de Ally, voltei imediatamente para a sede, o que por sorte, me livrou de enfrentar uma tempestade que estava por vir, precisávamos continuar a investigação, afinal, por que raios os nomes de antigos casos estariam tatuados naquela jovem? Honestamente, já havia se tornado algo pessoal.

— Café? — ouvi uma voz já conhecida por mim me despertar de meus devaneios. Harry.

— Claro, obrigada. — agradeci ao pegar o copo de café de sua mão e dar um pequeno gole, observei o logo no centro do copo e li "Starbucks". — Saiu do prédio para comprar café com aquela tempestade lá fora? — perguntei, franzino o cenho.

— Sim, trouxe café e donuts para todos. Louis me ajudou a trazer.  — disse distraído, observando as imagens impressas das tatuagens do nosso "fantasma".

— Louis? O dono do Starbucks do outro lado da rua? — indaguei com os olhos semi-cerrados, o que o fez me olhar como se eu não soubesse disso, que no caso, era o óbvio.

— Eu conheço esse olhar.

— O quê? Que olhar? — disse irônica, antes de encher minha boca com mais goles de café em uma tentativa falha de esconder meu sorriso.

— Lauren, nunca tivemos nada. — afirmou, tomando um gole de sei café.

— Ainda há tempo.

— Jauregui, Mayfair conseguiu se comunicar pelo rádio e mandou lhe avisar que está no comando até que ela retorne. — disse Zapata, assim que se aproximou, o que fez Harry ignorar as palavras que estavam na ponta da língua para me responder.

— Ela está presa devido a tempestade? — perguntei.

— Sim, algumas árvores caíram na pista principal e isso está impedindo todos que não moram no centro de seguirem a viagem.

Meneei negativamente com a cabeça fechando os olhos por um breve instante, a confiança de Mayfair em mim era gratificante, a mesma trabalhou cinco anos de sua carreira ao lado de meu pai, ele era seu parceiro e os dois já resolveram mais casos que posso contar, juntos.
Quando meu pai resolveu que estava na hora de se aposentar, Mayfair não conseguiu esconder sua tristeza, e, por um longo tempo não aceitou sua decisão, até que percebera que a felicidade do seu querido parceiro estava acima de casos para desvendar e do FBI.

— Me mantenha informada, por favor. — pedi para mulher à minha frente que assentiu logo em seguida, assim que notei seu olhar um tanto intimidador sobre mim, beberiquei mais de meu café. — Vou até o laboratório ver como andam as coisas por lá. — avisei, lançando um rápido sorriso antes de me retirar. Harry observava tudo calado e vez ou outra dava breve e disfarçadas risadinhas.

Enquanto seguia em direção ao laboratório, praguejei mentalme por ter acabado com um copo de 500ml de café em apenas vinte minutos.

Droga, eu preciso de mais café. Na verdade, preciso de whisky.

Ao passar distraída pela sala de interrogatório voltei dois passos para trás quando vi de relance a jovem tatuada sentada em uma das cadeiras, com suas mãos sobre a mesa e suas pernas balançando em uma terrível inquietação.

Não pensei muito nos meus atos naquele instante, apenas girei a maçaneta, fazendo um pequeno som soar pelo ambiente assim que a porta foi aberta. A jovem me olhava com os olhos arregalados, seu rosto estava um pouco inchado e em baixo dos seus olhos, algumas olheiras lhe faziam companhia. Pelo jeito não sou a única que está tendo problemas em conseguir dormir.