Os primeiros trinta anos da vida de Cristo foram passados na ignorada aldeia de Nazaré. Os habitantes dessa aldeia eram conhecidos por sua impiedade, e daí a pergunta de Natanael: “Será que pode sair alguma coisa boa de Nazaré?” João 1:46. Os evangelistas dizem bem pouco com respeito aos primeiros anos da vida de Jesus. Com exceção de um breve registro quanto à Sua ida a Jerusalém, em companhia de Seus pais, só temos a simples declaração: “O Menino crescia e ficava forte; tinha muita sabedoria e era abençoado por Deus.”
Cristo é nosso exemplo em todas as coisas. Na providência de Deus, a primeira parte de Sua vida foi passada em Nazaré, onde os habitantes tinham um caráter tal que Ele Se achava continuamente exposto às tentações, e era-Lhe necessário guardar-Se, a fim de permanecer puro e imaculado entre tanto pecado e impiedade. Cristo não escolheu por Si mesmo este lugar. O mesmo foi escolhido por Seu Pai celeste — um lugar em que Seu caráter seria experimentado e provado de várias maneiras. Os primeiros anos de Cristo foram sujeitos a rigorosas provas, durezas e conflitos, para que desenvolvesse o caráter perfeito que O torna um perfeito exemplo para as crianças, os jovens e os adultos. MJ 78.2As crianças e os jovens são freqüentemente colocados em lugares em que o ambiente não é favorável a uma vida cristã, e eles cedem muito facilmente às tentações, alegando como desculpa para um caminho de pecado um ambiente desfavorável. Cristo preferia afastar-Se e, mediante uma vida de trabalho, conservando as mãos sempre em atividade, não dava oportunidade à tentação, mas mantinha-Se retirado do convívio daqueles cuja influência era prejudicial. Cristo percorreu o mais acidentado caminho que crianças e jovens possam ser chamados a trilhar. Ele não teve uma vida de riqueza e ociosidade. Seus pais eram pobres, dependendo do trabalho diário para a subsistência; a vida de Cristo foi, portanto, de pobreza, abnegação e privações.Partilhou com os pais sua vida de esforçado serviço. MJ 78.3
A pureza não depende de circunstâncias
Ninguém será jamais chamado a aperfeiçoar o caráter cristão sob mais desfavoráveis circunstâncias do que o foi nosso Salvador. O fato de haver Cristo vivido trinta anos em Nazaré, de onde muitos julgavam espantoso que pudesse sair alguma coisa boa, constitui uma repreensão aos jovens que imaginam que seu caráter religioso deve conformar-se com as circunstâncias. Se o ambiente dos jovens é desagradável e evidentemente mau, muitos fazem disso uma desculpa para não aperfeiçoar o caráter cristão. O exemplo de Cristo reprovaria a idéia de que Seus seguidores dependam de lugar, fortuna ou prosperidade para viver vida irrepreensível. Cristo lhes ensina que, por mais humilde que seja qualquer lugar ou posição a que a providência de Deus os chame, sua fidelidade os torna honrosos. MJ 79.1
A vida de Cristo destinava-se a mostrar que a pureza, a estabilidade e a firmeza de princípios não dependem de uma vida isenta de sofrimentos, pobreza e adversidade.Cristo suportou sem murmurar as provas e privações de que tantos jovens se queixam. E essa disciplina é exatamente a experiência de que necessitam os jovens, e que lhes dará firmeza ao caráter, tornando-os, como Cristo, fortes de espírito para resistir à tentação. Caso se afastem da influência dos que os fariam extraviar-se e lhes corromperiam a moral, não serão vencidos pelas armadilhas de Satanás. Através de oração diária a Deus, receberão sabedoria e graça para enfrentar a luta e as duras realidades da vida, delas saindo vitoriosos. Fidelidade e serenidade de espírito só podem ser conservadas por meio de atenção e oração. A vida de Cristo foi um exemplo de perseverante firmeza, que não consentiu em se enfraquecer pela reprovação, o ridículo, as privações e dificuldades. MJ 79.2
O mesmo pode acontecer com os jovens. Se as provações aumentam sobre eles, podem saber que Deus lhes está testando e provando a fidelidade. É exatamente assim que manterão sua integridade de caráter sob circunstâncias difíceis, e sua coragem, firmeza e força para resistir aumentarão e se fortalecerão em espírito. — The Youth’s Instructor, Março de 1872. MJ 80.1
A morte de preferência à desonra
Prefiram a pobreza, as dificuldades, a separação dos amigos ou qualquer sofrimento, a desonrar o caráter com o pecado. Antes a morte que a desonra ou a transgressão da lei de Deus, deve ser o lema de todo cristão. — Testemunhos Para a Igreja 5:147. MJ 80.2
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Mensagens aos Jovens - Ellen G. White
SpiritualAos jovens do movimento adventista vieram mensagens como essas, mediante o Espírito de Profecia, desde o começo de nossa obra. A pessoa escolhida pelo Senhor, para a manifestação desse dom, Ellen G. White, era uma jovem de apenas dezessete anos, ao...