A falta da saudade

Recordação: Meu primeiro capítulo.

Por algum tempo eu não pensava que teria saudade, pois me sentia um pouco esquisita. Os meus cabelos loiros e lisos brilhavam no sol, mas eu não percebia. E os meus óculos não eram para melhorar a minha visão? E por que eu não enxergava o que as pessoas diziam?

As vezes eu penso que não sou bonita. É verdade! Mas muitos dizem que se você não se achar bonita. Quem vai achar? Tudo bem. Acho que sou bonita?

Meu dia foi comum como sempre todos os dias. A manhã no tempo integral na escola, ficando sempre sozinha. Isso mesmo! Sozinha... Bem acho que já me acostumei! São 5 meses nessa escola, ficar sozinha é um fardo que eu vou carregar.

Por alguns dias os meus olhos verdes choraram, tenho certeza que ninguém quer estar sozinha, mas chega um momento que você se acostuma tanto com o sofrimento, que ficar sozinha pode ser uma coisa boa, porque de certa forma você vai esquecer esse mundo, e assim vai entrar no seu próprio mundo e saber quem é você.

Tudo bem, eu fechei os meus olhos e entrei no meu mundo. Nossa! Quê surpresa! Eu também estava sozinha!

Não me acho alta, mas eu queria ser para que assim eu tentasse ver por cima do muro um pequeno fragmento de felicidade. Se tivesse esse momento eu o abraçaria com tanta força, mas tanta, e diria: bem, você vai ficar comigo para sempre. Mas que pena! Os sonhos são aquilo que a vida nos nega.

Um traço pequeno do que me faz repousar de noite, é deitar no jardim da minha casa, para que assim eu possa observar as estrelas, e ver a lua, esperando que ela me diga que os meus 18 anos não serão em vão. E nessa noite olhando para o céu, eu vi uma estrela cadente. Então fechei os meus olhos, e fiz um pedido.

- Que os meus 19 anos sejam de oportunidades, que eles sejam de emoções, que tenha sonhos, alegria, felicidade...

Temos uma pausa...

Naquele mesmo momento, um jovem chamado Lucas estava no jardim de sua casa olhando para o céu, o mesmo tinha cabelos lisos negros pequenos, olhos azuis, e pele branca, ele vendo a mesma estrela que Ewellyn havia visto. O mesmo fechou os seus olhos e fez um pedido.

- Que os meus 19 anos sejam de oportunidades, que eles sejam de felicidade, que tenha sonhos, alegria, felicidade. E um amor...

Naquele mesmo momento era o que Ewellyn pedia: um amor...

Voltamos...

Depois de terminar o meu pedido, lembro-me que a vida é feita de lembranças, e uma lembrança vem à tona em meu coração, e está o fazendo bater tão forte. Fico feliz! Não, tenho dúvidas! Ai, ai, estou com medo!

Silêncio, silêncio, suspire e relaxe...

Tenho mania de ficar com medo das minhas lembranças, e por isso estou sem saudades! Terei saudades do medo? Nada disso! Medo... Você tem o seu cantinho. Dê o fora... Estou tão bem sem você!

Depois de voltar para o meu quarto e antes de dormir, eu sempre escrevo no meu diário, coisas que acontecem no meu dia. Tudo bem! Vamos lá. Caneta na mão, diário, e imaginação. Mas espera! Não tem fantasia o meu dia, nada de importante, como é que eu consigo escrever coisas sem importância no meu dia? Ah! Lembrei-me. É um diário, ele se alimenta de letras, histórias, e sonhos, Mas nada disso eu tenho! O que eu vou fazer?

Se o meu diário falasse, pudesse se mover, ele bateria em mim, porque sou tão sem graça. Calma, calma, calma... O que é isso? Suspiros, batimentos ofegantes. Até parece que estou apaixonada? Como é que é? O que estou falando? Ai meu Deus! O livro da minha vida está começando. Nossa! Ele é lindo! O meu coração vai contar. Acontece que eu vou amar.