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Dava para ver toda a cidade do terraço do hospital, todas aquelas pessoas felizes em seus mundos.
Eu não podia ser igual a eles?

Levantei-me da cadeira de rodas e me encostei no parapeito do lindo terraço com visão para a floresta densa em minha frente e a cidade logo depois, pouco a pouco sem olhar para trás eu já estava do lado de fora me apoiando somente com as mãos

Minha cabeça estava vazia, sem nenhum pensamento a não ser um grande branco, eu estava brincando com a vida e a morte, dançando entre elas e esperando ser escolhida por uma delas como par

Como uma pena minhas mãos deslizaram

Meu único apoio...

A única coisa que me segurava...

A morte estava estendendo sua mão para a dança começar...

Mas último minuto você segurou a minha mão, o momento da minha vida que eu nunca vou esquecer, a primeira de muitas vezes em que você me salvou.

-Segura firme! Não solta a minha mão- foi o que você disse enquanto eu somente olhava seus olhos castanhos

Você me puxou para cima com toda a força que tinha, caímos no chão do terraço comigo por cima de você

-Você está bem? -mesmo arfando e exausto se preocupou comigo

Enquanto eu como uma boba só acenti saindo de cima de você raciocinando o que acabou de acontecer

-Me desculpe...

Quando olhei para trás havia três enfermeiros prontos para me levar de volta ao inferno que eu estava vivendo naquele maldito hospital

-Por favor não deixe eles me levarem- supliquei olhando para o meu salvador, mas você estampou um sorriso debochado na face

Então os enfermeiros vão até você e o levam, e nem se dá o trabalho de lutar para sair
O terceiro enfermeiro vem até mim e me pergunta se estava tudo bem

Olhei para você mais uma vez, me olhou e fez uma reverência com o mesmo sorriso de segundos atrás se deixando levar pelos enfermeiros

Quem era você afinal?

*

Dear DepressionOnde histórias criam vida. Descubra agora