Separar os feijões ruins dos bons era uma tarefa imensamente entediante, pensava Marcelo separando os grãos espalhados sobre a mesa de mármore. Os bons iam pra um montinho, os ruins para outro.
A voz do repórter do noticiário da TV era o único som na cozinha, e anunciava o aumento das taxas de desemprego no Brasil, porém Marcelo não precisava assistir a reportagem para saber daquilo, quando ele mesmo havia sido demitido na semana anterior.
Restava agora somente cuidar da casa enquanto não conseguia outro lugar para trabalhar. No entanto, seu subconsciente o cutucava durante todo o dia, que passava sozinho, lembrava-o constantemente que se não arrumasse outro emprego, as coisas logo apertariam com apenas Carmen trabalhando.
O soar da campainha o despertou de seus pensamentos. Levantou-se da cadeira, tão entediado que nem se incomodaria de fossem Testemunhas de Jeová.
Mas não eram, não era ninguém. Inicialmente pensou que fosse coisa de crianças que vivem apertando a campainha e saindo correndo, até notar a caixa no chão. Pegou-a nas mãos, não tendo ideia do que se tratava.
Levou para a sala e deixou sobre a mesinha de centro para voltar para a cozinha. Precisava colocar o feijão no fogo, ou não ficaria pronto até a hora do jantar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
NÃO ABRA
Short StoryQuer um conselho? Apenas não abra. A curiosidade matou o gato. 🥇1° Lugar na categoria Conto do Concurso Palavreando 🥈2° Lugar na categoria Conto do Contest Star 🥈2° Lugar na categoria Conto do Projeto Literatura Premiada 🥉3° Lugar na categoria C...